quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O que já morreu não pode ser morto

Então é madrugada novamente, sem café. Entretanto há Vivaldi.
Há também grandes problemas com pessoas ao redor, sempre há.
E há lembranças. Das boas, das neutras, das arrasadoras... pois não há lembrança que seja ruim de verdade.
Há aquela boa lembrança de quando um dia um venerável mestre me ensinou que meus olhos podiam mostrar bem mais do que a mascará que eu pousava sobre eles, quando se olha com atenção.
Passa de relance aquela fagulha neutra de memória de pessoas que se autodestruíam enquanto eu, mas não apenas eu, lhes estendia a mão. De alguma forma é sempre tarde demais para elas.
E então, dançando ao ritmo da melodia ela vem, linda, magnífica, fazendo tremer a mais prepotente das mentes. Ela vem e entre um sorriso luminoso me pergunta como tenho passado.

Os olhos se fecham na esperança fútil de tudo acabar. Um dia funcionou, ou quase isso.
Mas ela cobra sacrifícios, desde que nasceu [sob outras músicas não tão belas], e veio cobrá-los novamente.
E então algo queimou.
Não queimou forte, não criou muita luz, fraquejou e quase sumiu.
E em cada lado do par de olhos que se fechou, um se abriu. Desumanos, cansados, furiosos e famintos.
Olham entre si, esperando.
E os primeiros olhos se abrem, ainda humanos, como um pedido de desculpas.
Ela sussurra que já era tarde. Passa o olhar para os outros olhos, vê o brilho deles, sente o calor ainda fraco que emana deles e some.
E do eco da escuridão ela canta a sua própria melodia, como lembrança e aviso, que aquela sombra a ela pertence.

E um corpo prestes a cair é levantado por seus próprios demônios, e seus rosnados perduram através da eternidade no florescer de uma nova rosa.


sábado, 20 de outubro de 2012

OI OI OI


Engraçado que o povo aí que está reclamando da novela é o primeiro a narrar jogos de futebol nas redes sociais. Por que diabos uma pessoa que assiste a qualquer coisa dessas não pode acompanhar o mensalão, o Cachoeira, eleições também? Ou quando essas o fazem, apareceu um Lula proibindo de fazê-lo? 
Ah, assistir aquela série ou filmes não é a mesma coisa? Hipócritas. Ou vão dizer que passam o dia inteiro na porta da câmara de vereadores, no gabinete do prefeito ou assistindo à TV Senado? Poupem-me. 
Já reclamei desse país, não nego. Mas soube admitir que está melhor. E vai melhorar. 
Reclamam pelo prazer de reclamar. 
Falam tão mal do Brasil, mas eu não os vejo fazendo porra alguma para melhorar. 
Garanto que ajudar alguém não são capazes. É comodismo de esperar que os outros façam algo. Aí jogam essa responsabilidade para quem está fazendo algo que julgam errado para aliviar a própria culpa. 

Reclamam de quem está comentando novela ou o caramba nas redes sociais. Mas não sabem nem que foi o primeiro presidente do Brasil. E não é porque o cara gosta da bendita novela que não possa saber mais que vocês, idiotas.

E quer saber, OI OI OI BRASIL!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O fim sem fim.

Então é assim que tudo acaba.
Demorou para chegar, esse final. Ou, mais provavelmente, eu me negava a aceitá-lo. Adoro renovar, recomeçar do zero, entretanto fins absolutos nunca me agradaram.
Acabou um estado de espírito que nunca voltará. Acabou o viva e deixe viver, ou morrer. Acabou o cômodo estar quieto no próprio canto. Ah, e como ser assim foi tão bom por algum tempo. Não apenas prazeroso, necessário.
Houve momentos, nessa pobre e breve vida, em que ou a raiva, ou a dor, ou o amor, ou a paixão, ou... Bem, vocês entenderam, extremos... quase tomaram as rédeas, aqueles momentos em que cometemos os maiores erros.
Poder se desligar de tudo nessas horas, focar em outra coisa, me ajudou e muito. Porém tudo possui um preço, e esse estava se tornando alto demais para que eu pudesse pagar. Meu senso crítico. Não, não que ele estivesse sumindo, nada disso. Ele estava sendo reprimido, abafado por um cada vez mais forte senso comum.
Com o tempo fui parando de escrever, desenhar, e o que fazia não tinha grande significado. Momentos filosóficos cada vez mais raros e os ecos dos vários eu-líricos enfraquecendo dia após dia.
Mas estava tão bom, tão cômodo.
Das vezes que tentava terminar isso, sempre mantinha um pé atrás. Precaução sabe... Medo talvez. O mundo é grande e feio, e nunca saberemos o suficiente nele.
Ia correndo de sombra em sombra, vendo o sol e evitando ele. Sabendo do mundo e indo pelos cantos.
Mas evitar o sol pode deixar seus ossos fracos, e por mais forte que tu seja, ossos fracos te deixam frágil.
Não decidi por um fim. Não quis final. Desta vez, apenas o aceitei.
Ou isso, ou passar até o fim dias dias com o corpo coberto de gesso.
Já acumulei milhas demais para tantas raízes, e tão profundas. Agora é andar, sentir a grama nos pés, a chuva nos ombros e a lua e o sol no rosto.
Então é assim que tudo acaba...

domingo, 26 de agosto de 2012

A Chama e a Chuva


Sento no escuro, escuto a chuva cair lá fora.
Acendo meu isqueiro para ver sua pequena chama crescer em meio ao breu e iluminar o meio sorriso estampado no meu rosto.
E pensar, meu nobre isqueiro, que você será uma eterna lembrança de uma conquista que cheguei a imaginar intangível, inalcançável.
E tu, meu caro sorriso, que pela metade é sempre o mais sincero, lembrando de tudo e todos que tentaram te fazer sumir. Te abre um mínimo e por teus lábios escorre um fio de ar, trazendo novamente a escuridão ao meu redor.
A escuridão e o som da chuva. Tão belas, tão tristes. Magníficas em seus significados, em suas memórias tão belas e tristes quanto si mesmas. Aliás, por serem assim trazem consigo essas lembranças ou são as lembranças que te fazem serem assim?
Afinal, e mais importante, isso importa? Não, claro que não, é simplesmente assim.
Lembro de quando me desafiaram. De cada momento em que isso aconteceu, e de cada resposta que dei. Lembro das respostas ainda pendentes. Lembro do medo nos olhos de alguns, da coragem nos olhos de tantos, e da prepotência nos olhos de muitos.
Lembro das tolices, e da alegria vã.
Lembro dos saberes, e da tristeza infundada.
Lembro da decepção, e de como me deixei abalar inutilmente.
Lembro da esperança, e dos erros que ela traz consigo.
Lembro dos sabores, das cores, dos toques, e recordo que tudo é importante, na mesma proporção que nada é importante.
Ainda desejo tantas vinganças.
Acendo meu isqueiro, dou uma piscadela, e meu sorriso se abre anda mais.
Ainda desejo tão bem a quem nem sabe.
Aquela velha frase, que em algum lugar li [ou ouvi, não que isso importe], volta à memória, tão simples, tão fatal.
Já morri e nasci, tanto e tanto, era assim que vivia, eterna renovação, eterna mudança, tão pequenas, tão singelas, tão completas. Eternos zeros, eternos erros, eternos acertos.
Derrotei a imaginação, e a recriei. Tentei e errei, e isso, apenas isso me derrubou. Meus erros, dos teus eu sempre me livrei facilmente, recordas?
Já fui poeta, mas não faço poesia.
Já fui artista, mas minha arte nunca foi arte realmente.
Já fui amado, mas amor não existe.
Já amei. Oras, e quem nunca foi tolo?
Te apago, amigo isqueiro, e teu cheiro se mistura ao som da chuva e ao negrume dessa sala.
Eu tentei, meu bem, não eu, mas um outro eu que já morreu.
Morreu, morri, pois aquela simples frase sempre foi fatal, mesmo quando eu não a conhecia.
Afinal... não final... não há final além do ponto final.

Benvenuti a Roma

Ciao, ragazzi e ragazze.
Como estava prometido faz algum tempo, aqui está o texto a respeito de como foi o intercâmbio à Roma depois do seu início desastroso. Depois editarei um vídeo, feito à sombra do Colosseo, falando sobre tudo também.

Enfim, em primeiro lugar o curso, afinal a maior parte da grana da viagem foi pra ele. Foi como devia ser, ótimo. Tive três professores diferentes, e só não combinei com o método de ensino de uma deles [por sinal a que eu tive aula por mais tempo]. A escola proporcionava algumas visitas guiadas para pontos de Roma e arredores, fui na maioria dos gratuitos, e em alguns pagos também.

A primeira das visitas guiadas foi para o Gueto Hebraico, uma das áreas mais belas de Roma e rica em história. Caso alguém possa pensar, o gueto não foi criado na época da Segunda Guerra, ele já existia muito antes disso. Outra visita que realmente impressiona é para Villa d'Este em Tivoli, cidade próxima a Roma. Lá há, além de uma bela villa, um jardim de águas, com chafarizes impulsionados apenas pela física e a força de três rios que cruzam a cidade. Se algum dia tiver a oportunidade, se faça esse favor e vá gastar algumas horas lá, vale cada segundo.

Também passeei bastante por conta própria e com o povo brasileiro. Subi até o alto da Basílica do Vaticano, desci até o fundo das catacumbas de São Calisto. Vi as belezas não tão impressionantes da Cappella Sistina, e a morbidez calmante das criptas dos monges cappuccinos. Andei por horas pelo Foro Romano e dei uma visitinha rápida pelo Campo dei Fiori [tinha um pessoal fazendo música lá, muito foda].

Roma é uma grandiosa cidade turística que não está preparada para o turísmo, ou talvez não dê a miníma, ou talvez prefira se manter conservadora. O fato é, não há muito o que fazer além de andar e comer. Baladas são raras [não que eu vá, mas é estranho não ter a opção], tudo fecha muito cedo, até os bares [e isso fez muita falta]. Ou seja, há muita falta de vida noturna, e quando se é turista e quer se divertir isso é frustrante. Se bem que, uma boa parte dos europeus não tem muito animo pra curtir a vida como nós, latino-americanos temos.

Conheci gente de tudo quanto é lado do mundo, flertei e me flertaram. Me embebedei e me embebedaram. Passei calor, muito, e uns mínimos dias frios pra me lembrar do meu amado estado. Cozinhei e errei o tempero. Andei pelado no apê. Falei besteira, fiz piada com os turistas, fingi ser nativo, matei aula, fiquei à toa em parques e praças, fui rude, fui todo sorrisos, fui filósofo e, o mais importante, fiz belas amizades.
Acho que esse texto fica por aqui, logo edito o texto e vocês podem ouvir um pouco mais sobre o dia a dia e curiosidades a respeito de Roma. Só não coloco-o agora porque no total é mais de meia hora, mas talvez coloque ele na íntegra em algum site e vocês olham de lá, se quiserem.

Ciao, miei belli.


PS: assim que a internet voltar, coloco algumas imagens aqui. (postando isso pelo celular)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

E não era o vento à bater na porta.

E então, é sempre sobre o tempo. Não é?
Deus, lorde, seja lá o que for. Sempre o tempo.
O tiro na culatra, o lobo mal.
The bad wolf.
O tempo sem fim que já acabou.

domingo, 27 de maio de 2012

Rosas, pela Torre

Conhecimento Delirante.

Tempo... Tempo, tempo, tempo, tempo...
TEMPO, maldição, o tempo.

Com as rosas e com a Torre um ciclo se fechou, claro como o futuro em uma poça d'água, e um novo se abriu. Mas novos ciclos são complicados, pois nunca se sabe o que se esperar deles, e qual o melhor modo de os começar.
De nada adianta olhar para aqueles belos anos em que outrora havia felicidade. Novos ciclos são egoístas, querem liberdade, querem amor de verdade. Novos ciclos, famintos de fé, famintos de ouro e de pão. Famintos de DOR.
É como criar um título para uma história sem início, meio e fim.

Ele sobe na torre e para na frente de uma porta com seu nome escrito, e ele não quer atravessá-la. O caminho é longo demais, e a chegada final é breve demais. Não há recompensa final, a não ser a poeira nos seus pés surrados, o cabelo desfeito pelo vento e o rosto surrado pelo sol.
Depois de muito andar o corpo clama pelo descanso merecido, mas ele não existe, o caminho segue, ele volta ao princípio e o homem de preto continua.
Palavras, momentos. Vento e tempo. Olhar, sussurrar.

Palavras pequenas e um grande momento, assim foi o princípio dos tempos, assim é o princípio de todos os tempos e de todos os momentos, todos os ciclos e todas as vidas.
Vá ciclo, gire, que gire a roda, que rode o ka, que vire a maçaneta, e que abra a porta para um sem fim de caminhar.
Que venha a dor, venha meu amor, cansei de ser feliz.

domingo, 20 de maio de 2012

E o mundo fica sem mais um Gibb

Não vou me prolongar, Bee Gees sempre fui uma das minhas bandas favoritas. Sempre foi A minha banda favorita.
Poderia facilmente fazer um texto imenso sobre tudo o que eles foram, sobre as décadas de sucesso e premiações que nenhuma outra banda alcançou. Poderia, mas não vou. Hoje morreu Robin Gibb, ele já estava mal fazia alguns anos, cancelou até seus shows aqui no Brasil em 2010 [show esse que eu já tinha comprado o ingresso].

É um dia triste para várias gerações. É um dia triste para a história da música, pois os Bee Gees influenciaram muito mais bandas e artistas por aí do que a maioria imagina.
So, stay alive.








quinta-feira, 10 de maio de 2012

Alguns voam, outros afundam


Peixes e corvos não se misturam além do fio d'água.

domingo, 22 de abril de 2012

Era uma vez um texto ruim sobre a falta de respeito.

Parece que virou padrão atualmente, mas o valor primordial do respeito anda muito em falta.
Quem dera fosse apenas uma síndrome das redes sociais, tão populares e sempre em crescimento atualmente. O problema, infelizmente, é bem mais enraizado do que isso.

Esse mal que atinge todas as idades tem uma fonte similar em todos os seus níveis, em não aceitar o diferente.
Não basta o preconceito e o medo daquilo que é diferente de si, a moda agora é faltar com o respeito.
Seja pela pessoa ter um visual diferente do padrão, ou por exatamente ter um visual dentro do padrão; Seja pelo gosto musical, pela escolha de profissão, até pelos hobbies das pessoas elas estão sendo desrespeitadas.

As atitudes aceitas como normais pela maior parte da sociedade fazem que se crie uma hostilidade para quem se comporta de modo diferente, e essa minoria ao sentir essa hostilidade começa a agir do mesmo modo a respeito de quem lhes agride.
Não é mais permitido ser o que se é, seja lá o que for. Aliás, é sim permitido ser o que se é, proibido é falar a respeito disso, pois caso aconteça tu encontrarás quem te critique sem o menor motivo em qualquer esquina.

E claro, dentro a moda do desrespeito há sempre a onda da vez, que atualmente vem de um pessoal que eu sempre gostei, os ateus.
Sempre houve uma pequena guerra entre religiosos e ateus, por vezes agnósticos também. Mas sinceramente? Já passou do limite essa torração de paciência, dentro e fora do Facebook. Não entende que todos merecemos humanos? Entenda que todos merecem respeito. Ninguém está te pedindo pra gostar, ou pra aceitar, só respeitar.

Não, o texto não está bom, nem eu me acostumei com meu novo horário de trabalho, mas assim é como vai a vida.

sábado, 14 de abril de 2012

Mundos criados em folhas de papel


Às vezes a imaginação voa e o papel fica, e as histórias não voam para além da nossa própria ilha dentro deste oceano de mentes.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Vidas velhas e conhecidas

"O início, o fim e o meio..."
Talvez alguns fins a mais, e outros tantos inícios. Ou um eterno meio.

E ele passeava por Porto Alegre. Não, não era aquela boêmia da cidade baixa. Tampouco pelos belos parques, do Farroupilha ao Jardim Botânico. Não caminhava pelo cais, nem pela orla do Guaíba. Não estava entre shoppings ou mesmo o Mercado Público. Não estava em nenhuma das casas de cultura, nem em museu algum.

Gostava de todos esses lugares, isso era certo, mas estava simplesmente andando por uma velha e conhecida rua, sob um belo céu nublado.
Nessa mesma rua encontrou um sebo, tão velho e conhecido quanto. Entrou, assim como os cheiros dos antigos livros lá dentro entrou em suas narinas. Acenou com a cabeça e disse oi ao também velho casal que trabalhava no caixa.
Começou a percorrer os corredores e as prateleiras.
Quantas belas velharias. Algumas até raras. Outras sem valor algum.
Mentalmente ia lembrando de cada uma das histórias que os livros lhe traziam. Guerras, conquistas, amores, romances, traições, loucuras, mistérios, alegrias, filosofias... ah, mundos e fundos, literalmente.
O subconsciente lhe transbordava de citações que sequer lembrava de um dia ter lido.
O consciente buscava algum livro de algum autor preferido.

De alguma caixa de som escondida começa uma música calma, mas bela. Fechou os olhos, sim, era Elvis.
Sorriu e voltou às prateleiras.
Sem motivo aparente olhou para a entrada do sebo. Tão velho e conhecido. E viu um casal, demorou-se alguns segundos os olhando e voltou para os livros ao alcance da sua mão.
Eles não queriam entrar, mas os amigos os empurraram para dentro. Cada um o olhou demoradamente.
O casal passou rapidamente por eles, e se ele os notou não deu sinal algum.
Os outros lhe cumprimentaram, um a um. E ele os respondia polidamente, sem nunca desconcentrar-se dos livros ou ao menos virar-se para olhá-los.
Aquele pequeno e estranho grupo o olhava desconfortável, enquanto ele parecia nem os notar. O provável era que estivessem desconfortáveis exatamente por causa disso.

No fim ele encontrou três livros dos quais estava procurando. E então foi falar com o velho casal do caixa. Conseguira alguns trocados de desconto, oras, melhor do que nada.
Ao sair do velho sebo, parou ao lado da vitrine, uma leve garoa caía lá fora e precisava proteger os livros.
Fazia isso e uma mão pousou no seu ombro, e uma voz lhe pedia para conversar. Conhecia a voz, conhecia a mão e conhecia melhor ainda a conversa.
Terminou de arrumar os livros e a mão continuava em seu ombro. Lentamente colocou sua mão entre ela.
O resto foi extremamente rápido, apesar de não parecer ter sido assim.
Ele apertou e torceu a mão. Ficou cara a cara com o dono dela, que começava a gritar por causa da dor. Ele sorri calmamente, diz não e segue pela velha e conhecida rua, deixando para trás alguns dedos deslocados na mão de alguém.

O infinito não tem início ou fim, é um eterno meio.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Caverna dos Dragões

Simplesmente o melhor desenho animado incompleto que já existiu.


Deviam fazer um filme de encerramento, just saying.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Textos de guardanapo


E textos de guardanapo precisam voltar a serem escritos, mais cedo ou mais tarde, em uma mesa de bar.

Sobre frases semi-aleatórias.

Ah, meu bem, não me critiques por elogiar sua beleza.
Não, não é que eu não perceba o seu intelecto.
Ele é lindo, intrigante e envolvente.
Sim, sei que prefere que seja reconhecida pelo teu pensamento.
Todos aqueles que realmente são interessantes são assim.
Pois imagem é só imagem, um dia se acaba.
Vá, voe, corre, brinque, pare, pule.
Vá e faça o que bem quiser, só sorria, e muito.
Pois teu sorriso enaltece a tua beleza.
E tua beleza reflete tua alma, bela que é.

quarta-feira, 28 de março de 2012

E a vida segue, vai e volta na roda do ka

Preciso de um texto pra falar de mim, e então acabar de vez com essa palhaçada de uso de linguagem para fazer isso. Não que seja ruim, mas é aprisionante.

A pergunta que bate na cabeça não é "o que falar", mas sim "por onde começar?". Afinal, muita coisa tem acontecido desde a última vez que escrevi algo honestamente aqui. Convenhamos, sou do tipo ótimo de mentiroso que sempre fala a verdade.

Comece do princípio, fala alguma voz. Mas o caso é que nem sei exatamente qual dos princípios ela se refere.
Como já falei em alguns textos, eu estava vazio. A casca daquilo que um dia tentei ser, e sem recheio algum. Talvez eu mesmo tenha procurado me tornar assim na expectativa da vida se tornar mais branda.
Sonho tolo. Quem uma vez experimenta o azedo do conhecimento, nunca mais consegue votar a ser o que era.

Nesse tempo vazio conheci muita gente interessante. Amei, ah se amei. Amo ainda, pois é assim que é.
Aliás, começo por aí, simples e direto. Meus três melhores dias até hoje foram os que passei no Rio de Janeiro [morram conterrâneos gaúchos que me chamam de traidor por isso] do lado da guria mais encantadora que já conheci. A senhorita Paula Borges. E não, não estamos mais juntos. Pois distância é uma droga que mata mais rapidamente que o ar, e torna pequenos problemas em grandes bolas de neve. É da vida, mas amo essa moça, de quem tive que me distanciar para aguentar a carência e a falta que eu estava sentindo.

Estando eu morrendo de carência e "vazio", como disse anteriormente, tive um outro caso. Que durou seis meses, mas sinceramente, se tornou um decepção. Sério, qualquer amizade ou relacionamento comigo deve ser baseado na confiança. A partir do momento em que alguém começa a mentir e enganar, se torna uma decepção.
Quem vive demais no seu próprio mundinho, perde tudo o que os outros tem a oferecer. Regra fundamental.

Aliás, abrindo um pequeno parentese, hoje me veio um bom pensamento, vamos ver se consigo reproduzi-lo bem aqui.
Não há um limite para o pensamento humano. Pois sempre há variáveis e conhecimentos que podemos aprender. O único limitador está em aceitar de onde esse conhecimento vem. Aí está a verdadeira humildade.
Alguém humilde não é aquele que se rebaixa e não admite suas qualidades de forma plena, mas naquele que reconhece que há algo para aprender em tudo, até na mais esdruxula das coisas, na menor das ações, no mais desprezível ser-humano. Sim há sempre algo a aprender, se estivermos dispostos a olhar e escutar de onde quer que venha o conhecimento.

Voltando a mim, nas últimas semanas algo ótimo está acontecendo. De alguma forma aquele vazio está se preenchendo. Tenho vários eu-líricos, e os sinto voltando depois de um longo tempo solitário. Sinto a imaginação fluir em formas diversas. Sinto ânimo em sentar e escrever um texto enorme, ou fazer um dos meus retratos à lápis.
Vai ver é o tal ano do Dragão, trazendo o bom e o ruim e doses absurdamente megalomaníacas.

Estou lendo mais, conhecendo mais gente, reconhecendo quem por algum motivo me afastei.
Ainda não me aproximei de todos que quero me reaproximar, às vezes a tarefa se torna mais complicada. Preciso estar pronto.

Aprendi a viver sozinho, aprendi a viver por fora. Tive uma infância fodida, tive um pai de bosta. Me preenchi de uma arrogância oculta para sobreviver nesse mundo, me cobri com uma soberba que achava justa, e escalei na torre de orgulho que eu mesmo contruí. Tenho história e tenho defeitos. Se isso me torna feio por dentro, que seja. Serei o feio honesto que sempre fui. Não mudei para as pessoas que mais amei, não vou mudar por aquelas que nada mudam na minha vida.

Vou ali ouvir um blues, vou tomar um café e vou dormir. Vou sonhar e não vou lembrar. Vou seguir no mundo, vou criar mundos e talvez destruir alguns.
Vou ser mais simpático, vou ser mais carinhoso, vou ser mais duro, vou ser mais cruel, vou ser mais protetor, vou ser tudo o mais e tudo o menos. Pois isso não é mudar, é se adaptar.
Vou lá viver a vida, onde quer que ela esteja.

domingo, 25 de março de 2012

Hoje.


Hoje eu vi uma estrela cadente.
Hoje eu tive uma enorme intuição.
Hoje eu falei com Cronus.
Hoje eu falei de mim.
Hoje eu curti a noite.
Hoje eu libertei a mente.
Hoje eu matei o acaso.
Hoje eu driblei o destino.
Hoje eu fechei o livro e marquei a página.
Hoje eu afaguei o cachorro e espantei as galinhas.
Hoje eu escrevi um conto e sonhei outros mil.
Hoje eu dei adeus à um passado que não se tornará história.
Hoje eu deixei o jornal de lado e li as notícias na poeira.
Hoje eu rodei o mundo.
Hoje eu deixei o dia acabar como um dia qualquer, pois é isso que ele foi.

terça-feira, 20 de março de 2012

E então me perguntam sobre o que é esse blog.

E então me perguntam sobre o que é esse blog.

Esse blog, de certa forma, é o livro da minha vida.
E o que por acaso foi apagado daqui está no Recanto. Mas fora isso, cada texto, cada história, cada frase que eu coloquei aqui está impregnada da minha vida. Por vezes até tento evitar isso, e tudo o que escrevo vira uma bela porcaria. E de qualquer modo, sempre escapa algo pelas entrelinhas.

Aquela velha máxima "minha vida é um livro aberto', bem, no meu caso é um blog aberto. O que não quer dizer que alguém vá entender tudo, aliás, melhor que nem entenda.
Daí chegamos no presente em que eu estava desviando a mim mesmo de diversas coisas chatas, para não falar a respeito delas.
Então lembrei de algo, aliás reli algo.

"É perda de tempo culpar as pessoas por suas naturezas."

Então, que se foda. Minha natureza por vezes é chata, por vezes super-protetora, por vezes dinâmica. É sempre prepotente e arrogante [no sentido orgulhoso de ser]. Eu sei que sou assim e sei até onde consigo controlar isso.
Aprendi a me adaptar de muito murro que levei da vida. Aprendi a ver com os olhos dos outros e a aprendi a confiar na minha intuição.
Como diria De Lhandes: "Minha habilidade reside no fato de eu saber somar dois mais dois bem melhor do que eles. Ou, para ser mais preciso, sou capaz de somar um e meio a um e dois terços de tal forma que o resultado seja dez". [Shibumi, Trevanian]
Isso é prepotência e arrogância, mas está longe de ser mentira. Sim, às vezes uma incógnita da equação passa desapercebida por mais tempo, mas nada que não se revele no final.

Pessoas idiotas mentem pra mim porque acham que precisam disso, ou para se sentir espertas. Fazer o que?
Dessa gente só tenho um tipo de sentimento, pena. Dois, na verdade, pois também há o desprezo.
"Mas seu Mauro, tu está falando a respeito, então não está desprezando."
E então eu rio quando alguém pensa isso. Pois a vida é assim, não interessa teu sentimento ou a falta deles por alguém, volta e meia a pessoa aparece na tua frente e tu tem que saber lidar com isso, aliás, os dois tem que saberem lidar.

Agora é tarde e eu vou trabalhar. Melhor, pois não quero um post gigante hoje. Só dar um pequeno parágrafo para pensamentos voantes.

domingo, 18 de março de 2012

Apenas um conto de uma alma sem sono

Pietro, caído na lama.
Anônimos os levantam pelos braços, e ele olha em frente.
Por entre os cabelos sujos e molhados, ele vê a escuridão e o sorriso.
Ah, aquele sorriso louco, enebriante.
Olhares furiosos se cruzam, e a nova era começa.


sexta-feira, 16 de março de 2012

A Torre, a Roda e o retorno


Estava com o livro que continha a culminação da história que a tanto estava acompanhando, que a tanto começou a fazer parte de sua vida.
O final o surpreendeu, o surpreendeu desesperadamente. Mas era o único final possível, era o único correto. E então ele enfileirou aquele livro ao lado dos seus antecessores, sete livros e uma história que precisava ser lida.

A maioria dos escritores conhece a sensação de necessitar contar alguma história, algo que realmente precisa ser feito. Assim foi com Stephen King, ao menos é o que ele mesmo declara em sua saga, entretanto esta é a primeira vez que sinto o inverso. Não uma história que precisa ser contada, mas uma que precisava ser lida.

A Torre Negra sempre me chamou, aquele livro se oferecendo tão belamente, até o dia em que comecei a devora-lo. Alias, todos os sete. Eu precisava lê-los tanto quanto King precisava escreve-los. Alguma ligação entre os dois fatos? Improvável, mas não impossível.

A Torre me ajudou a compreender algo, novamente. O ka é uma roda. É uma eterna renovação, um esquecer e lembrar ininterrupto. É deixar de ser e de existir, para então se reencontrar e reviver.
É como começar do zero, vez após outra. Não, zero não. Pois alcançar a Torre tem a sua recompensa. Cada vez que a vida se renova há algo nela que muda, algo que de alguma forma causa o diferente, algo que tínhamos e não vai embora com o novo ciclo. E por isso, apesar do vai e vem, vida e morte, a vida é bela. Há renovação.

Precisei ler A Torre Negra, pois era como mais um dos meus ciclos terminava. Precisei ir até depois de quando o próprio King diz que devemos parar, precisei subir até o topo juntamente com Roland de Gilead. Não me arrependo, mas concordo com o escritor, não leia até o fim, provavelmente ficar sem conhece-lo será melhor.
Ciclo cumprido, roda girada, recomeço. Acordaram em mim as lembranças que há muito estavam esquecidas, talvez seja essa a recompensa da vez, ou talvez seja outra que ainda não reconheci.

Só a algo a fazer, continuar em frente, pelo deserto, novamente em busca do ka. Novamente em busca da Torre Negra, pois o homem de preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás.
Longos dias e belas noites.

Haverá água se Deus quiser.














segunda-feira, 12 de março de 2012

Quando a arte existe apenas pela arte

Ele adentrou o pub, cumprimentou com acenos da cabeça alguns conhecidos e foi para o seu local de costume.
Era uma mesa em um dos cantos do pub, meio escondido, mas havia uma pequena janela ali. Era uma janela estreita, e mesmo ela parecia se esconder na parede, porém garantia uma boa visão do mundo lá fora.
Sentou-se ali apenas pelo simples prazer que aquele canto o trazia. Podia sentar-se com alguns conhecidos, poderia ter trazido alguns amigos, até mesmo alguns inimigos. Nunca se deve esquecer da importância de se manter inimigos. Entretanto, aquele lugar possuía alguma magia, ou pelo menos ele acreditava nisso.

Com um sinal pediu um café irlandês ao rapaz atrás do balcão. O café vinha em uma caneca alta, e o tempo estava frio. Perfeito, você poderia pensar, caso goste deste tipo de local e de bebida.
Largou uma folha em branco sobre a mesa e uma caneta. Ali, naquele local, a inspiração fluía facilmente.
Olhou para as nuvens, pela janela estreita, e lembrou do feixe. Pensou consigo mesmo se haveriam feixes verdadeiros em algum lugar nesse mundo, ou nesse quando.

Ficou lá durante meia hora, viu muito acontecer, fez algumas notas, mas nenhuma história realmente surgiu.
Pediu um outro café, preto, antes de partir.
Bebeu e olhou para o mundo ali dentro.
Dois casais, dois grupos de amigos, um rapaz aparentemente esperando alguém e uma moça bêbada saindo do  banheiro aos tropeços.
Qualquer coisa ali daria uma boa história.

O que lhe veio não foi uma inspiração. Talvez possa chamar de epifania. Mas o mais correto seria uma memória já desgastada.
Pegou a folha, aquela com as notas, e a rasgou.
- Agora morreu.
Pegou duas folhas em branco e as rasgou também. E então murmurou.
- Pois haverá vida após a morte? São papel, estão mortos. Mas com vocês crio vidas de mentira. E as rasgo, as mato. Agora lhes dou vida novamente.
Após esse pequeno rito começou a moldar os pequenos pedaços de papel. Não os havia rasgado de forma consciente, mas sabia que estavam rasgados da forma correta. Era o destino... bem, ele acreditava nisso ao menos.

Com os dois pedaços de uma folha em branco, fez dois gatos de origami. Com os da outra folha, uma rosa. Com os pedaços cheios de notas, várias estrelas.

Bebeu todo o café preto, levantou-se. Quando passou pela mesa do rapaz que esperava alguém, lhe jogou a rosa.
- Dê a ela.
Continuou em frente, sequer olhando a reação do rapaz. Ao se aproximar da moça bêbada ela quase caiu, ele a ajudou a se equilibrar e lhe deu os dois gatos. Ela olhou o presente e levantou o olhar para ele que ainda a fitava.
Então ela correu para a mesma mesa aonde ele estava a poucos momentos e começou a chorar. Ele mandou que lhe servissem um café e continuou a caminhar.
À um dos grupos de amigos ele jogou as estrelas. Todas repletas de histórias. Algumas incompletas, mas às vezes é o fato da história ser incompleta que a deixa cativante.

Pagou sua conta e saiu para o frio da noite. Olhou para as nuvens, agora jé em um céu iluminado apenas pela luz refletida na lua, e lá estava ele. O feixe não dorme. Caso ele exista, é claro.


quinta-feira, 8 de março de 2012

Quando Cronos estapeia um mentiroso que fala a verdade



Feche os olhos e deixe o texto fluir, meu pequeno.
Não, sequer olhe o que está escrevendo, não vale a pena mesmo.
Mentiras mentiras, as tire da cabeça, o dragão sorri para você, pois ele te escolheu por honra ao teu nascimento. Jamais ouse esquecer isso, ele te queima e com seu fogo ele te purifica.
O mundo gira, não seja como aqueles que sempre voltam para o mesmo ponto, por vezes e vezes seguidas. Podem até mudar a perspectiva, mas seguem o mesmo erro sem sequer notar o que fazem.
Não, não, dragões não existem, não neste mundo.
Mas que outro mundo pode existir? Há, sim, rios de mistérios, e nada mais.
Não lhes diga que sim, não lhes diga que não, faça-os de bobos que legitimamente são.
Tu é o mentiroso escolhido por Cronos. Ah, sempre Cronos não?
E haveria algum motivo para assim não ser? Tantos fervorosos em crer ou descrer de algo. Ainda não aprenderam a viver na beleza da dúvida.
Seja o mentiroso que nasceu para ser, o melhor que pode ser.
Pois mentirosos não mentem.
Ah não, mentirosos não ocultam tampouco.
Mentirosos ludibriam, eles te enganam com verdades. Um mentiroso, apenas com verdades, cria infernos e paraísos. Cria mundos.
Mundos de mentira onde dragões existem. Mundos de verdade onde seu fogo lhe queima.
Mentirosos de meias verdades, meias mentiras, meias palavras.

Qualquer um sabe mentir, o mentiroso sabe criar. Um mentiroso cria conflitos. Mentiroso nunca erra, pois mesmo no erro, o erro vira alheio. Um mentiroso está sempre certo, pois se está errado, o outro está mais, e com ardil, ele nunca esteve. Um mentiroso confunde joga verdades e meia verdades e meias mentiras. Mas nunca mentiras pela metade.

Agora abra os olhos, meu gigante.
Veja a cidade lá embaixo e se deixe voar, cuspa o fogo de dentro do teu ser.
Viva esse mundo novo, crie ele a cada momento.
Crie a cada palavra, a cada mentira, a cada verdade.
DESTRUA!
Pois viva, morra e nasça. E novamente, num ciclo sem fim.
Nem fique vivo ou morto muito tempo, pois o dragão é também um grifo, e o grifo o equilíbrio.
Morte e vida, mentiras.
E acredite, tu precisava ler a isto tanto quanto eu o precisava escrever.


quarta-feira, 7 de março de 2012

A estupidez de vidas ralas

Sinceramente, criar confusão é fácil.
Faltar com respeito é ainda mais fácil.
Estupidamente fácil é magoar os outros.

Eu poderia, com um estalar de dedos contra o teclado, tanto criar confusão, como faltar com respeito, ou até magoar. E mais, poderia incitar à raiva, à guerra.
Entretanto, sinceramente, esse tipinho de gente que dá [ou deu] abertura para que eu faça isso me dá pena.
Gente que ainda não aprendeu a ter respeito por si próprios, o que esperar para as outras pessoas?
O mundo é cheio de altos e baixos, amores e desamores, e ainda assim tem gente que acha que escondendo tudo com segredos e mentiras o mundo será mais fácil.

Aquele tipo de gente que reclama por ser tratada de certa forma, mas não vê problema em tratar ao próximo da mesma forma.
Sejamos francos? São BURROS.
Claro, claro, jogar isso na cara deles não adianta muito. Ou tentam rebater com um argumento esdrúxulo, ou se calam e te olham como se o que tu tivesse falando não fizesse sentido.



Evitar é arte. Do not give any fuck is a pure art, be like a sir.
Post parêntese fechado, poeira dos pés sacudida, e pessoas lamentáveis ao passado, sigamos para a programação normal.

terça-feira, 6 de março de 2012

Pity - Bee Gees




Já deixando avisado que a letra não está completa e pode conter erros, maldito sono, ficará com a culpa, assim que possível tudo será devidamente ajustado [Sim, eu que estou transcrevendo, quer tentar a sorte e achar a letra por aí? Vai lá.].

   I've been in love
   With many stranger
   Knowing the danger
   I've been in love

   Say what I am
   Or what you call me
   Because what you call me
   That's what I am

   A single word, now it's close
   I know the life
   I tempted to the ???
   And now I try

   I never needed anyone
   Specially your wife
   And maybe thats the reason why

   I'm not ashamed
   Of being in ???
   Bending like ???
   Thats what I am

   You can treat me
   Like any other
   Maybe my mother
   Never wanted a man

   Pity...
   Pity...
   Pity...
   Pity...

Se achem nos sobe e desce sozinhos, nerdões, ou esperem eu ter vontade de colocar tudo em ordem.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Velhuscos, ah, meus velhos.



Velhuscos são aqueles caras (ou aquelas) que passam pela tua vida e te ensinam algo. Claro, muito gente ensina algo, porém aqui eu me refiro à aqueles que nada ganham em troca.
São aqueles que não são teus parentes, ou professores, ou algo do gênero.
Velhuscos são aqueles que apenas estão seguindo sua vida, e por um momento ou outro, ela se cruza com a tua. E nesse infimo momento, ele te ensina algo que tu vai levar para o resto dos teus dias.
Velhuscos ensinam, com palavras belas e sábias, por exemplos sem a intenção de ser. Só ensinam, pois são velhuscos.

Velhuscos são raros, não se engane. Aquilo que um velhusco ensina é um conhecimento solene, e não apenas um modismo da era.
Velhuscos te fazem aprender mais sobre ética, moral e humanismo do que qualquer outro professor. Não, nada daquele falso moralismo, aquilo bonitinho de se ouvir e nunca colocado em prática. Um velhusco realmente ensina sobre a vida, com as limitações que a própria vida trás.

Velhuscos podem ser chatos, podem ser legais, podem ser velhos, ou nem tanto.
Tu nunca vai esquecer um velhusco, nunca vai deixar de sentir o que ele te ensinar.

Dois velhuscos, tive eu. Um se foi no tempo, outro se foi na vida.
Velhuscos são sempre ótimos, não há como serem diferentes.
Meus velhuscos, que saudades. Me deram base e nunca foram isso, pois velhuscos não devem ser.
Velhuscos vão em frente, sempre. Velhuscos apontam e sussurram, sorriem e seguem o caminho.
Velhuscos te seguram ao correr, e te empurram ao parar.

Velhuscos, ah, meus velhos.



domingo, 26 de fevereiro de 2012

Música para um bom domingo

La Fame Di Camilla - Buio e Luce

 

 Escuridão e Luz. Razão e Loucura. Vida e Vida.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Vintage People [Demo] - Eisley

      

Um som pra terminar a noite.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Tempo, o deus


Tudo não passou de um sonho, porém parecia tão real, era tão real, que verdadeiramente aconteceu.
O dia estava frio, e o rapaz acompanhava uma jovem até a sua casa. Nada demais, já fizera aquele caminho antes, e esperava ainda fazê-lo muitas vezes.

Cronus, porém, não estava satisfeito com esse desejo mundano do rapaz. E quando Cronus não está satisfeito, corra, apenas corra, antes que o tempo consiga  alcança-lo.

Era um rapaz comum, de modos comuns, vida comum, desejos comuns. Um rapaz ordinário, no sentido original da palavra. E era isso o que perturbava o grande deus do tempo, pois a garota de comum, nada possuía. E ele a queria.

Cronus tentou mata-lo, por diversas vezes ele tentou. Mas algo além do tempo o impedia. Não, não era nada disso de amor e essas baboseiras filosóficas, era algo profundo, vindo do caos. A vida do guri estava salva, e Cronus soube que nada poderia fazer a esse respeito.

A garota, entretanto, não estava longe o suficiente das garras do tempo. Foi agarrada e arremessada como uma boneca de pano. Transformou-se em nada mais do que um fantoche nas mãos hábeis do deus.
Ele, com todo o sentimento que uma divindade pode sentir, feriu o garoto. Estilhaçou sua mente e partiu sua alma. O corpo intacto, nada mais do que uma casca vazia.

Isso o marcou com a aura da morte. Cronus, adentrou seu pensamento e deixou escorrer o seu poder.
Eras foram envelhecidas em instantes, e os olhos do rapaz se tornaram opacos. Verdades, mentiras, metades, guerras, mortes, vidas, o infinito e a eternidade, o Alpha e o Ômega.

O podre e ordinário rapaz se tornou o próprio conhecimento. O tiro pela culatra do tempo.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Apenas palavras


E nada mais que isso, não é?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O inevitável é uma cobra buscando a própria cauda


Eu sou um fantasma, meu bem.
O que espera que eu faça além de assombra-la?
Ando com as correntes que me destes, fazendo barulhos desritimados pelos corredores.
Conheci a sua alma em um cruzamento em uma estrada escura. Tu foste uma macumba mal feita. A oferenda que foi maculada.
Eu apenas acendi a vela, o incêndio foi por sua própria conta. A tua alma havia sido avisada, mas nunca me ouviste.
Encontrou o caminho, e me matou. Oh, vagante ingrato. Me acorrentaste aos ponteiros do tempo e beijou minha testa.
Mas o tempo, ah, tu não o conheces como eu. Muito menos possui a mesma intimidade. Ele me libertou do meu corpo, e agora venho, com ranger de dentes, para lhe perturbar.

Eu sou um fantasma, meus caros, e não há nada mais vivo do que eu.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Meus caros ateus, e meus caros religiosos, me escutem eu peço


Houve uma época em que eu achava os crentes religiosos fanáticos um saco, e eles eram mesmo. Hoje em dia os crentes ateus fanáticos que possuem tal cargo de chateação.
Porque, convenhamos, mais irritante do que ver um monte de pessoas dizendo que deus é a verdade absoluta, é ver outro monte de pessoas respondendo que Ele é a mentira completa.

Ambos se dizem os donos da verdade e querem por que querem que o mundo seja à sua imagem e semelhança. Sinto muito, meu caro, mas não é tão fácil assim.
A algum tempo atrás a maioria dos ateus que eu conhecia viviam suas vidas normalmente, e uma boa parte dos religiosos também. Entretanto em algum momento uma guerrinha imbecil começou. Acho que aquele povo que ia na tua casa pregar a palavra de deus se rebelou, virou ateu, e agora vive pregando contra qualquer religião já existente.

Aquele tipo de pessoa que é capaz de vasculhar livros de história pra achar algo contra o que argumentar. Ou seja, estão sendo babacas.
Nada contra ateísmo, e nada contra religiosos, mas a vida hoje em dia o que determina é o nosso comportamento. Sempre haverá argumentos contra as nossas opiniões, pois ninguém tem todas as respostas, vocês podem colocar a culpa de qualquer merda no mundo em qualquer um, isso pouca ou nenhuma diferença fará.


Então, seu bando de babacas, querem voltar a fazer diferença? Comecem a cogitar a respeito de agir diferente. Hajam como pessoas que querem um mundo melhor, deus, ou a inexistência d'Ele, nada tem a ver com isso.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Momentos


Para tudo há um momento.
Reflexão, inspiração, filosofia, raciocínio...
E há momentos para nada. Para dormir e acordar. Para tirar tudo o resto da cabeça e morrer.
Mas somos humanos demais para aproveitar esses momentos. A vida é uma tentação grande demais. E esquecemos que precisamos morrer para viver.
Cale-se, cerre os olhos e se deixe levar.
Os olhos da mente.
Depois acorde, e não ouse nunca mais olhar o mundo da mesma maneira que olha hoje.
Ou estarás perdido, além do tempo, onde nem Chronos poderá te buscar.

A loucura




Eu sou a loucura, e você jamais escapará de mim.
Corra meu pequeno, corra até o fim do mundo, e eu nunca sairei da tua sombra.
Grite, grasne, urre, ruja!
Tua mente é minha, e será por toda a eternidade.
Até após a morte, até fora deste mundo.
Fuja, meu pequeno, e não sairá da palma da minha mão.

Eu sou a loucura. Eu sou sua vida. Eu sou seu amor.

Eu sou você, meu caro, e tu não podes fugir de mim. Nenhum de vocês.
O leão, o lobo, a coruja, a tartaruga.
Invoque seus totens, pequenino.
Olhe bem nos teus próprios olhos, em todos eles, e me verás.
Agora olhe para o mundo, meu amor.
Eu sou a loucura, e vou salvar você.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ele acorda

Ele acorda. Sempre na primeira vez que o despertador toca. Por vezes, até mesmo antes.

Ele tem a sua rotina, ah, já a muitos anos. Vai para o banheiro, banha-se, volta para o quarto, veste-se, pega sua grande maleta cinza e vai trabalhar.
Não come nada em casa, não gosta de preparar nada pela manhã, mas cozinha bem. Compra um café no bar da esquina e algo para comer, que varia de acordo com o dia.

Continua andando, não tem carro, tampouco gosta do ônibus durante os horários de pico. Seus sapatos são bem cuidados, pretos. Usava também óculos pretos, em contraste com sua tez clara.
Antes de entrar no prédio onde iria trabalhar, comprou mais um café, tomou, e então continuou seu caminho.

Subiu pelo prédio, trabalhava no alto, e era um prédio alto. Quando chegou, tirou seu material de sua grande maleta cinza e se pôs a fazer o que devia ser feito.

Terminou tudo com uma velocidade espantante para um dia quente como aquele. Desceu o prédio, comprou um jornal na banca e percebeu o aglomerado de pessoas na praça à sua frente.
Imaginou alguém morto ali, e as pessoas, como corvos famintos ao seu redor. Morreu com um tiro, na cabeça, caso o tiro tenha sido certeiro.

Volta para casa, banha-se novamente. Limpa os seus sapatos pretos. Guarda com cuidado a sua grande maleta cinza. Coloca alguma música clássica no aparelho de som e então senta-se em sua poltrona para ler o jornal.
Sempre fazia isso, a música clássica o ajudava em concentrar-se no que estivesse lendo. A última coisa que lia eram os obituários, nunca se sabe quem pode-se encontrar neles.

Alguém toca a sua campainha, ele não se importa em olhar quem era. Morava em um apartamento, último andar, sem elevador. A mulher subiu todos os oito andares. Pois sim, era uma mulher.
Ele abriu a porta, ela entrou. A música na sala já era outra, contemporânea. Sentaram-se, conversaram durante algum tempo.
Foram para a cama, e depois ela foi embora.

E no dia seguinte haveria mais trabalho, como sempre.


Do papel, a vida.


Ele para na frente da máquina de escrever. Já fazia meses que não o fazia. Ele passava, a olhava, e só. Vez ou outra chegou a levantar o pano colocado sobre ela para que não ficasse empoeirada, mas ainda assim não a tocou.

Desta vez não apenas a tocou, colocou algumas folhas em branco e se preparava para escrever. Olhava as folhas e pensava em uma velha frase.
"rasgar uma folha em branco é como fazer um aborto"
E era, o cheiro de novo já havia sumido daquelas folhas, mas ainda estavam ali, esperando a hora de nascer.

A máquina estava bem lubrificada e cheia de tinta, diferente do escritor. Ele estava enferrujando lentamente desde antes de parar de escrever, agora estava ali parado, com os dedos sobre as teclas, pensando no que escrever, e como.

Não queria escrever sobre a vida, não, não agora. Mas lembrou-se do aborto e começou de qualquer modo. De uma maneira louca, esquizofrênica, os dedos se mexiam em uma velocidade em que seus próprios olhos bem treinados mal conseguiam ver. Escreveu. Preencheu as páginas uma atrás da outra, preencheu vidas, belas ou feias, corretas e erradas, mas vidas acima de tudo.
Não tirou as mãos da máquina de escrever sequer para alimentar o seu vício na cafeína. Sequer lia o que escrevia, olhar, mente e coração estavam focados, mais do que nunca, no seus olhos podia-se ver o brilho mais soturno que já houve. O brilho da morte, do assassino, do pistoleiro em frente à batalha.

Não houve erros na escrita, não houve correções. Não se pode corrigir a vida, não se pode apagar o que se escreveu, mesmo que no fim não goste.
Mas sempre se pode pegar uma nova folha e criar mais uma vida.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um pouco de italiano, de inglês e de beleza.


Simona Molinari feat Peter Cincotti - In cerca di te (videoclip)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Aquele guri


E aquele guri do inverno, que usava boina e roupas de velho, acordou com o seu cabelo já longo e os olhos cansados.
Pegou a caneta e começou a escrever. Ah, e havia tantas folhas em branco, tantas vidas para serem preenchidas.