terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Conto pra vocês

conto (não erótico e mal feito)

eles então se conheceram. eles então se gostaram. eles então foram em frente.

eles então brigaram. sentiram ciúmes. choraram. voltaram.

eles então, conversaram. se beijaram. fizeram planos. fariam filhos.

brigaram de novo, e fizeram as pazes. e descobriam a cada dia que ainda não se conheciam tanto. e sentiram a vontade de saber. e continuaram, como no início, a se descobrir, a se surpreender. ele então foi buscá-la na saída do trabalho.

ela então descobriu um carinho que ele gostava.

ele então viu como ela tinha ciúme. e sorriu com isso. e se sentiu seguro.

e os problemas vieram. como tinham de vir. e eles enfrentaram. e se amaram. e continuaram assim, por que sabiam ambos que nada valeria mais a pena que aquele amor. que nada valeria mais que aquela sensação.

eles sabiam. desde o início. sabiam que não seria fácil. mas eles não precisavam que fosse fácil. eles precisavam que fosse.

e assim foi. Ao menos até terminar o filme.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Christmas tales - pt. 1

Tudo o que ele queria era encontrar aquela atriz que fez o teatro inteiro parar quando ele a viu no palco.

"Ela estava de peruca, esqueça, tu nunca mais vai vê-la, vamos embora, está tarde." Gritava seu lado consciente.
Mas ele ficou. Ficou, e não a encontrou entre os atores que saiam em grupos do local.

Ele não queria ir embora, mas em breve o metrô fecharia. Estava escuro, e não tinha companhia para voltar, olhava para todos os lados em busca de qualquer movimento suspeito. Lembrava das vezes que já havia sido assaltado, e não estava nem um pouco ansioso para repetir a experiência.
Chegou cedo na estação, foi para a plataforma comprando um pão de queijo no caminho. Comprou um café também, expresso, duplo.
Faltava meia hora para o último trem, e a noite estava fria. Sua idéia original era pegar o primeiro aparecesse, mas ao ver que todos os vagões lotariam resolveu deixar o primeiro ir e depois tentar pegar um lugar para sentar no próximo que passasse.
Algumas pessoas tiveram a mesma idéia e uma dúzia de pessoas tentavam se aquecer durante a espera. Não apareceram muitas outras pessoas.
"Ótimo, pelo menos uma coisa dá certo hoje."

Terminou seu café, e comprou outro logo antes de entrar no vagão. Só mais três pessoas nele. Fechou a janela que algum descuidado devia ter deixado aberta, sentou-se e colocou os pés no banco da frente, perpendicular ao seu.
Fechou seus olhos por um instante, apenas para abrir ao som de alguém correndo, não olhou e fechou novamente. Os passos diminuiram o ritmo ao entrar no vagão, andaram calmamente até que pararam, e alguém sentou do seu lado. Ele suspirou, "de tantos lugares vagos alguém escolhe pra sentar do meu lado? Só pode ser um chto."

Ele olha, e como não podia ser diferente, lá estava a atriz. Ele se apressa para sentar corretamente, quase derramando o café em si mesmo.
- Oi, lembra de mim?
Ele piscou várias vezes, se certificando que não estava sonhando, ela o olhava curiosa.
- Lembro, claro, tu...  tu tava linda na peça hoje.
- Tu me viu na peça? Nossa, e gostou?
"Peraí, ela deve estar me confundindo com alguém, como eu não lembraria de conhecê-la?"
- Adorei, não que eu tenha prestado muita atenção depois que tu apareceu. Haha
Ela revirou os olhos e sorriu.
- Tu me deu um número falso né? Não que eu tenha ficado surpresa.
"Ela me conhece mesmo então"
- Eu perdi o meu número faz pouco tempo, estou com um novo agora. Tentei espalhar este por aí...
- Bem conveniente isso não?
Ela sorriu para ele e piscou algumas vezes.
- Acho que vou sentar em outro lugar.
- Não! Não faça isso, é verdade.
Ela o encarou por alguns momentos, depois relaxou no local.
- Hum, eu fico pelo preço de um café.
- Isso é maldade.
- Eu sei.
Ele passou o café para ela, e ela tomou um gole sossegadamente.
- Mas admita que é estranho, nos conhecemos, abro meu coração e minha vida, teu celular aparentemente sem bateria, e depois um número que não funciona. Não que eu achasse que ser uma ajudante de papai noel de cara pintada me fosse trazer algum gatinho...
Algum ouvinte mais atento conseguiria distinguir o som da ficha caindo na cabeça dele.

Poucas semanas atrás ele havia encontrado uma ajudande de papai noel discutindo com alguém em uma calçada pouco movimentada no centro. Era uma bela garota, apesar da pintura, e o rapaz parecia um tanto fora de controle. Quando foi passar por eles o rapaz levantou a mão, se era para bater nela ou apenas ameaçar nunca se ficou sabendo, e no momento em fez isso sua testa foi acertada.
O rapaz foi pego pela surpresa de acerta algo inesperado, olhou atônito para o lado e o encontrou abrindo os olhos em sua direção. Olhos frios.
- Vai!
O rapaz ouviu a ordem, e continuou encarando o sujeito à sua frente, o medindo. Não pareceu achar que fosse algum real desafio.
Então de súbito sentiu algo apertar sua garganta e o pressionar contra a parede, e os mesmos olhos frios o encarando.
-Eu acho que disse para ir.
Ele ainda tentou reagir, apenas para sentir o aperto aumentar e um joelho encontrar-se com seu estômago, de leve, apenas um aviso.
- Quer mesmo tentar a sorte?
Em um instante ele estava solto. Praguejou baixinho, encarou aqueles olhos por um instante e sentiu uma enorme necessidade de olhar para outro lugar. Resolveu então fitar a moça com quem discutia, mas então sua visão foi interrompida pelos mesmos olhar que não conseguia encarar. Pressionou os dentes, fechou os olhos, e então subiu na sua moto e se foi.
- Tudo bem?
Ele se virou para ela, e então logo depois estavam tomando café em um pub próximo. Falaram da vida, e encerraram com um beijo quando ela teve que voltar ao trabalho.

Ele sorriu, depois olhou confuso para ela.
- Não te vi mais ajudando o papai noel...
- Ah, culpa minha, devia ter avisado que era algo provisório. Como consegui uma vaga na peça, pedi as contas lá.
- Humm... Mudou cabelo também.
- Aham, gostou?

sábado, 25 de dezembro de 2010

Este é o meu último post

Talvez não o desse ano, certamente não o desse blog, mas o último de uma fase.
Fiz vários post sobre mim durante o ano, por falta de tempo, de criatividade, por simplismente precisar falar. Este é o último, por um bom tempo espero.

E chega o ano ao final, ano corrido, ano divertido, ano tresloucado e trancado. Pouco deixou de acontecer, e o que ficou pelo caminho está preso em promessas para o próximo. E imagino que ninguém saiba exatamente do que estou falando.
Talvez seja melhor assim. Talvez não.

Talvez simplismente esteja faltando café.

Fiquei sem tempo, mas tinha criatividade. Fiquei sem ambos. Estou com ambos, mas minha internet se foi até segunda ordem. Ano irônico.

É Natal e fiquei sem presente. É Natal, e não faz diferença alguma, a não ser o frango assado, e a lasanha 5 queijos que eu mesmo fiz. É Natal e logo mais o Noel e seu espírito vai sumir. É Natal e logo Jesus vai morrer, e depois ressucitar.
É o que dizem.
Não isso realmente signifique algo pra alguém. Nem que o tempo realmente exista.

Ainda falta café.

Amei, odiei, fiz amigos, e alguns inimigos também.
Me perguntaram se ainda gostava da Danusa. Eu disse 'claro', afinal, por mais que a vida ou qualquer coisa separe, nunca deixei de gostar de ninguém que eu tenha mesmo gostado, assim como desse ano mesmo, ainda gosto e muito da Yugi, aquela de cabelo curto. Assim como de alguns anos ainda amo a Paty.
Fazer o que? É a vida, a minha vida. Minha vida e das minhas paixonites. Que por mais passageiras que sejam, de certa forma são eternas.
É estranho nunca sentir um sentimento morrer... torturoso certas vezes.

Chegou o Natal e não presenteei ninguém. Alguns responderam minhas sms', responderam, mas lembrar de me mandar, ah, isso nunca lembram. Eu sou esquecivel, mas lido com isso a muito tempo pra ainda me preocupar.

Por que eu fui tomar todo o café antes?

Logo logo a Dilma assume. E eu estou preocupado com isso. E ainda vou criticar ela por aqui, e se merecer, elogiarei também.
Afinal a vida é isso.

Afinal... o que é vida?
Isso tudo que acontece entre o nascer e o morrer? Isso não é vida.
Vida, meus caros, é o nascer, e é o morrer. Nada além disso.
Você apenas precisa nascer um pouco mais, e morrer um pouco mais, então estará vivendo muito mais.

Ou não, afinal, estou sem o meu café.

Está na hora de voltar a andar, ouvir o mundo, quebrar teorias, magoar sentimentos, criar mundos, tocar nas feridas, elevar a estima, dar umas rasteiras, respeitar, provocar, discutir, polemizar. Está na hora de passar mais um café, melhor, dois. Acho que tu vai querer um também.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Mulher perfeita

Texto antigo II

Encontrei um texto meu antigo, que faz todo sentido de novo agora.

Deliciem-se.

Não há nada de concreto entre nossos lábios.

Logo tu iria cansar. te conheço. sei como és.

Nós dois temos os mesmos defeitos. e sabemos tudo a nosso respeito.

E eu sei.

Tu te cansaria do modo como ando desleixado no domingo. de como xingo o juiz mesmo quando ele acerta. das mensagens engraçadas que mando pros amigos. da minha barba por fazer. da minha cara de sono. ao sair do cinema.da minha falta de jeito pra dançar.

do meu sorriso confiante pro garçom. da conversa sobre futebol com o guarda.

do modo como consigo amizades em qualquer lugar, sem me importar com o ridículo.

da minha falta de jeito pra falar com a tua mãe, e com o meu pai.

do jeito rápido como tomo banho e deixo a toalha molhada em cima da cama.

tu cansaria.

do meu olhar de cachorro sem dono. da minha depressão involuntária em dias de chuva. do modo como eu não peço informações quando estou perdido.

de como inspeciono o frentista do posto. de como fico bravo quando o Grêmio joga mal.

de todos os lados que tu me olhar, tu vai cansar. eu sei.

está em ti, em nós.

não podemos seguir em frente com esse sonho.

acabou. sonhos á parte, vá em frente.

não se importe comigo. acabou.

Duas certezas: de hoje em diante, só. E da próxima vez, só uísque escocês.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Eternidades

Enquanto escrevo, fumo um cigarro, e bebo essa cerveja, o mundo prossegue a girar lá fora. Giros, cantaria o Fito. Ou Hurt, cantaria o Johnny. Vamos então a história.

Ela disse que amava ele. Enquanto gozava no seu ouvido, enquanto ele a penetrava, ela o amava. Até hoje, tem na memória os gemidos dela, os arranhões e os puxões de cabelo.

A primeira vez que uma mulher disse que amava ele, foi durante o sexo. Todas as outras foram assim. Não que tenha sido ruim, os olhos castanhos dela brilhando durante um orgasmo. Winter prossegue no seu solo, e o mundo gira. Foi uma noite quente. Um banho. Um jantar qualquer. Uma bebida qualquer. Ele agora não conseguia se lembrar de antes, tudo era qualquer coisa. Tudo era qualquer lugar. Foi onde se deitaram, nus. Exaustos, mas querendo mais. Olhos brilhavam, a janela aberta deixava entrar a luz dos postes. Estavam sós. Se sentiam completos? Talvez, ele sim. Ela, jamais saberemos. Estavam cansados mas e daí? Tudo que ele queria estava ali, naquele metro e sessenta de puro charme. Naqueles cabelos negros, e naqueles quadris que..., enfim, fiquem a imaginar. Naquela noite, ele havia tocado a eternidade. Naquele instante, ele sabia, o mundo poderia ser dele e ele poderia fazer sonhos valerem a pena. Não são apenas quando ditas que tais três palavras provocam impacto. Quando são demonstradas, mais que ditas. Sexo é bom, mas não é tudo. Naquela noite, ele sabia o que era viver. Ele descobrira a diferença entre viver e existir. Não, jovem leitor, nem falo do sexo com ela, que sempre fora bom. Falo do momento mágico, em que sentiram como se suas almas tivessem se tocado. O encontro entre duas almas abre inúmeros caminhos e o menos provável deles é a decepção.

Amor é um livro, sexo é esporte. Sexo é escolha, amor é sorte. Amor é prosa, sexo é poesia.

Sexo é do bom, amor é do bem.

Amor é um. Sexo é dois. Cry,cry,cry. Hoje é chorar. E seguir em frente. Um homem que toca a eternidade não sabe mais viver a rapidez do tempo. Não consegue, não vê o tempo passar. Faria tudo pra ter aquele momento de eternidade de novo. Mostra que não é uma alma preparada pra tal coisa. Não digo o amor, digo a eternidade. Mas existe algo que ele ainda precisa descobrir sozinho. O amor nos faz eternos. Mesmo que ele tenha amado e não tenha sido correspondido. Ou tenha sido apenas com palavras. Ele amou. Ele é eterno. Mesmo que mude. Mesmo que acabe. (preciso de outra bebida, leitora, acalme-se) (e de um cigarro também).

Naquela noite, ele se sentiu melhor que nunca. Acordou disposto e … bem, ele nunca conseguiria voltar a viver como antes. Pobre diabo, não sabia o que o aguardava. Ela o amara. Ela o dissera. Eles se completavam. “Que nem feijão e arroz”. Enquanto ela sussurava gemidos e palavras de amor no ouvido dele, enquanto ela o mantivera preso em seus braços, o tempo pareceu parar. Ledo engano, era o seu pedacinho de eternidade. Se céu e inferno existem, ele esteve nos dois. E saiu dos dois. Seu lugar não é lá. Ele amou. Ele fora amado. Ela se tornara eterno naquela noite e nada tiraria isso dele. Nada. Ele amou. Ele ama. Contra todas as convenções, contra todo o modo de ser de todos, ele amou. Ele ama. Só não sabe. Precisa descobrir sozinho.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Eu sempre quis te ter
Mas agora que eu não quero
Te ter
Você quer me ter...
[ desconhecido]

sábado, 4 de dezembro de 2010

Texto antigo

uma toalha de plástico sobre a mesa. um copo simples, um vinho barato. tinto. essa televisão que passa comerciais insistentemente. o barulho da chuva lá fora. vente. pés gelados. mais um gole de vinho. um longo gole. luzes apagadas, escrevo aproveitando o brilho da tela. em cima da mesa, um telefone que insiste em não tocar. a porta continua fechada, a casa continua vazia. um filme romântico qualquer começa agora. algo sobre desencontros e encontros amorosos. uma música que não sai da cabeça. mais um pouco (pouco) de vinho. não sei se vou reconhecer a letra quando acordar. um vazio familiar me dá a sensação de aperto no peito. as histórias me fazem acreditar que se tiver que ser, será. e com quem tiver que ser. mesmo que demore. Ou não.

droga, manchei o papel de vinho. é que nem sempre será como nos filmes. aliás, raramente será.

o sol me diz que é hora de deitar (trecho ilegível) depois continuo (outro trecho ilegível).

(texto escrito num caderno qualquer em março de 2009, duas semanas depois de tudo acontecer)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Post para meu amigo Mauro

Como vai meu velho camarada? Quanto tempo eu não vejo mais você.



Não acredite em horóscopo chinês, são só frases soltas.


Era só uma brincadeira, amigo. não fique triste se eu te trollei.

E encontrei ontem uma menina de cabelos curtos, amigo, lembrei de ti. Como se tu precisasse de ajuda com isso.


Assim, meu caro, há tempos não nos vemos e nem nos falamos. Nos distanciamos desde que fui pro Uruguay, ó vida.

E precisava te contar, meu velho... acho que estou na dúvida de novo. na mesma e velha boa dúvida. Coisas que não posso postar aqui, mas que trataremos logo, se o universo assim nos permitir.

E esperamos que o horóscopo chinês que leste pra mim naquela tarde, via msn se concretize no ano que vem. Estou mesmo precisando ser feliz.


Como se ninguém precisasse, não é?

Um forte abraço, meu velho amigo. saudades.










(sinceramente? tem que ser muito macho pra fazer um post desses)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Existe em toda abertura de anime.