domingo, 31 de outubro de 2010

O Segredo da Felicidade:

"— E esse — interveio sentenciosamente o Diretor — é o segredo da felicidade e
da virtude: amar o que se é obrigado a fazer. Tal é a finalidade de todo o
condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social a que não podem escapar."

Trecho do livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Óh, o Amor.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Corram para as colinas, o Marconi sumiu

Fonte: DeviantArt
Sempre imaginei o que pensam quando se dão conta que eu sumi. Sumi sem dar tchau, ou sumi de vez e não apareci por meses.


Repetindo o que já disse por aqui, nunca fiz parte de grupo algum, nem tive um amigo inseparável. Mas não é essa a questão. Eu simpatizo, gosto, me apego a pessoas, e não a grupos.
Já discuti com pessoas que se negavam a acreditar que nunca fiz parte de tribo alguma. Acontece que não aceito ter que me adaptar segundo o que os outros esperam, nem aceito conviver com quem não gosto por fazer parte do mesmo grupo, sempre fui orgulhoso demais pra isso.

Eu, eu, eu, eu, mais um post sobre mim? Sim, enquanto minha criatividade andar em baixa vai ser assim, volta e meia um post depoimento de mim mesmo.

Enfim, sumo pra aliviar a cabeça. Se eu sumi é porque tinha algo me incomodando há tempos, ou um comportamento que me incomodasse, ou companhias que me irritassem. Comportamentos de quem eu gosto, e as companhias da pessoa ou pessoas que eu tenho afinidade. Não vou discutir, não vou brigar, e pra evitar ficar emburrado num canto, vou sumir. Afinal, já sou dificil de conviver normalmente, vai me querer por perto emburrado num canto?

Sumo, mas volto, mais cedo ou mais tarde. Sumo, mas deixo recado. Sumo, e se fosse tão importante, me chamariam de volta, coisa raríssima de acontecer. Alivio a cabeça, conheço mais gente, que me apego ou não, ou volto pra aquelas que sumi em outros tempos.

Outra coisa, notei que tem uma coisa que ainda me deixa tímido. Estar num ambiente estranho com pessoas que são muito chegadas entre si. Acho que me intimida, talvez por isso sempre tente levar quem eu gosto pra um ambiente neutro, ou que eu me sinta mais familiar. Quem nunca recebeu um convite meu pra ir em algum lugar que atire a primeira pedra.
Ou vai ver é culpa do estresse dos últimos tempos, a poeira está baixando, mas a trava mental é mais demorada. Tu fica focado nos problemas, e é dificil voltar sua mente pra coisas que realmente importam, tipo, viver.

Por fim, fim de semana em que revi Yugi, Gi e o Biel, e conheci mais uns que não lembro o nome. Não tava nos meus melhores dias, não mesmo, aliás nem lembro se eles já me viram 'solto' verdadeiramente, mas um dia verão, ou não, vai saber... ao menos espero que sim, é algo que não se esquece. [E daí aparece o Frodo falando do dia na embaixada que me viu alegrinho da bebida]
Bueno, beijo e tapa na bunda pra Yugi [Já falei que ela tem cabelo curto? tá, tá, parei] e pra Gi [Ah o Frodo já falou das trancinhas por aqui em algum post perdido por aí]. E um 'de nada' pro Biel por ter ensinado o truque da cordinha com o qual ele vai poder pegar várias garotinhas, mas nada de pedofilia, ok?

Eras isso por hoje, esqueci algumas metáforas que queria colocar e o assunto pro próximo post, mas acho que encontrei a solução de um problema pra um trabalho da uni.

Sem mais

domingo, 24 de outubro de 2010

Acordo



numa cama estranha.se bem que desde que tudo aconteceu, todas as cama me parecem estranhas.

olho em volta, um quarto feminino. barulho de chuveiro.

sento na cama e penso como fui parar ali.

ela entra. me olha, me beija e me dá bom dia. não acho de bom tom perguntar o nome dela ou como eu fui parar ali.

apenas pergunto se ela dormiu bem. ela responde que nos poucos momentos que a deixei dormir, sim.
dou um sorriso. pareço cansado. afinal as memórias da noite vem vindo aos poucos.

lembro. um táxi. um prédio azul. certo.

vejamos, enquanto tomo um banho lembro do bar. o mesmo de sempre. e ela se apresenta e pede pra sentar. okay.


mas qual o nome dela, carácoles? e o que fizemos que ela está assobiando na cozinha?
como alguém acorda com tanto bom humor? enfim, não lembro.

a mão dela no meu corpo me lembra que já acordei, preciso sair do chuveiro. tomamos café e saímos.
domingo. passeamos, vamos até um cinema, conversamos sobre tudo, parece até que namoramos há tempos.

depois do cinema, me despeço dela após ela anotar o meu telefone.
me diz que vai ligar. já ouvi isso antes. e já disse isso antes. não espero muito pra não me decepcionar.


vou pra casa. tomo outro banho e peço uma pizza.

ao sentar com uma cerveja no sofá,no fim do dia, me dou conta que ainda não sei o nome dela.

e nem o que fizemos.céus.


qual o teu nome, garota?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Antes da vida, antes da morte

- Hum, e depois, o que aconteceu?
O barman parecia desinteressado, mas era sua função manter o bêbado acordado enquanto continuava bebendo.
- Depois que eu guspi no rosto dele ele puxou uma adaga e colocou no meu pescoço, ó a marca aqui.
O homem levanta a cabeça e mostra a cicatriz.
- Hum, foi bem feio mesmo, mas por que ele não te matou?
- Não sei, eu fiquei encarando ele, e então ele me soltou. Parecia estar me testando.
- Nossa, incrível tu ter passado por tudo isso. Mais uma dose?
- Ah sim, manda aí.
O barman serviu outra dose, depois outra. Era uma longa história.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Antes da morte, antes da vida.

Fui acorrentado. Mãos e pés presos, sem força. Fui deixado lá, esquecido, sofrendo.
Surge um carrasco, me surra, e a cada golpe desfiro xingamentos.
Eis que silencio, uma lágrima de sangue rola.
Ele sorri, dá mais um golpe.
Levanta meu rosto com uma mão, e eu guspo em sua cara.

[eu sei que é cuspo, e daí?]

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Só mais um dia, só mais um ano.

Bebo meu café.
Olho pra tela em minha frente e penso. Cadê eu nisso tudo?

A internet me deu uma liberdade de expressão inacreditável. Despertou o que estava enterrado bem fundo em mim, e que por repressão, não vinha à tona. [Quem sofreu bullying vai entender isso.]
E, bem, minha vida foi repleta de 'zeros', de momentos de recomeço. Graças a isso, pude trazer pra realidade a liberdade que experimentei virtualmente, mas teve um problema, assim como muitos que vivem demais no seu próprio mundo, desenvolvi eu-líricos dentro de mim mesmo.

Imagina assim, um amigo imaginário dentro da tua mente, e por assim ser, é tu. Cada um que existe na sua mente é tu, todos podem ser indiscutivelmente diferentes, mas todos são você.
Dei liberdade para meus "eus", viraram pseudônimos, certas vezes me via me comportando mais de acordo com um do que com outro, e depois isso mudava, alternava.

Talvez isso seja algo psicológico, desordem mental. Não sei. Geralmente não me atrapalha. Não é nada brusco. Mas quando fico face-a-face com a frase "ser quem eu sou", me perco. Eu mesmo não sei quem sou.
Me adapto, sempre me adaptei. Quando preciso, quando quero, nunca me adaptei pra ser aceito, nunca precisei, e se precisasse não sei se faria.

Hoje dizem que fiz mais um ano, mas fiz só mais um dia. Um dia marcante por alguns motivos, e desnecessário por outros. Um dia pra mudanças, no ano da mudança.

Sol, Lua. Dia, Noite. Não sou opostos, sou misturas. Um dia acerto a mão da minha receita.


Criei em mim varias personalidades

Criei em mim varias personalidades. 
Crio personalidades constantemente. 
Cada sonho meu é imediatamente, 
Logo ao aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, 
Que passa a sonhá-lo, e eu não. 
Para criar, destruí-me; 
Tanto me exteriorizei dentro de mim, 
Que dentro de mim não existo senão exteriormente. 
Sou a cena viva onde passam varios actores 
Representando varias peças

Fernando Pessoa


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Bar

Num bar. Sentado,uma garrafa úmida na frente. Cerveja. Um copo, pela metade. (metade cheio ou metade vazio?)


Lentamente, balançando a cabeça ao som do blues que toca ao fundo (uma banda ensaia sem saber) , ele retira o rótulo da cerveja. Polar. Ele retira o rótulo pois não pode retirar a roupa de um morena. Uma certa morena, aquela mesma.


Ele dá um sorriso triste (pode? pode, claro) e suspira. O suspiro é a marca do abandonado. E nesse caso, ele foi abandonado por si mesmo.

Cansou de lutar. E de tentar. A distância e a frieza impedem. Outros diriam que foi medo. Outros, a fatalidade. Ou a vida ,essa imensa sacana.

Num bar. Sentado sozinho. O blues continua e então tocam aquela canção. A canção que embalou algumas noites deles. Algumas noites em que ele ficou sonhando com ela e algumas noites em que ele ficou, como hoje, chorando por ela.


"Como, como algo assim pode doer tanto?"


Uma inquietação. A banda parou de ensaiar. O guitarrista passa e acena com a cabeça.



ele continua. Sem saber. Sem pensar. Só pensa nela,nela,nela.

E naqueles cabelos. E naquela marca de nascença no ombro direito. E no modo como ela parecia olhar pra ele, quando ele teimava algo. Havia amor naquele olhar.

E então o garçom troca a garrafa.

Dá um sorriso fraco ao ser pego por uma lembrança. A força que fazemos pra esquecer é proporcional á força com que as lembranças voltam.

Ele retira o rótulo de novo. É como se recomeçasse a acariciar ela. lembra até do modo como ela se espreguiçava de manhã, quando tocava no pé dele, uns dois minutos antes do despertador tocar.

Outro soriso fraco. (tá ficando repetitivo, mas toda dor de cotovelo é assim)

Sensação de nada. De não poder fazer nada. De nunca mais amar ninguém sem lembrar dela.


De nunca mais olhar pra uma margarida sem lembrar dela.

De nunca mais esquecer dela.

Mas ele vai. Assim que ele voltar do banheiro, vocês podem perceber.

Algo se ajeitou dentro dele. Algo se depositou no fundo.

E apesar de ele ainda suspirar, e relembrar (ele vai continuar relembrando e suspirando durante muito tempo) ele vai continuar.

É o único modo. Não há outro jeito. Mesmo a ideia que passou antes pela cabeça dele, aquela ideia de dizer "adeus mundo cruel" mesmo essa está dentro do único modo de seguir adiante.


Diga a verdade doa a quem doer.

Outro suspiro, outra garafa, outro blues.

E seguirá assim.

Vai doer? Vai. Está doendo? Está. É assim que tem que ser.
É assim que somos e sempre seremos.


Outra garrafa,outro suspiro. Assim.

E lave as mãos, agradeça ao garçom, chore em casa e siga.

Siga.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O Captain! My Captain!


O Captain! my Captain! our fearful trip is done,
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won,
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring;
            But O heart! heart heart!                                                                                          5
                        O the bleeding drops of red,
                                   Where on the deck my Captain lies,
                                               Fallen cold and dead.

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells,
Rise up – for you the flag is flung – for you the bugle trills,                                                    10
For you bouquets and ribbon’d wreaths – for you the shores a-crowding,
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
            Here Captain! dear father!
                        This arm beneath your head!
                                   It is some dream that on the deck,                                                    15
                                               You’ve fallen cold and dead.

My Captain does not answer, his lips are pale and still,
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will,
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done,
From fearful trip the victor ship comes in with object won;                                                   20
            Exult O shores, and ring O bells!
                        But I with mournful tread,
                                   Walk the deck my Captain lies,
                                               Fallen cold and dead.
Walt Whitman


Weather (v): to come safely through a difficult period.
Rack (n): great pain.
Keel (n): a structure made of wood or steel along the bottom of a ship, on which the framework is built.
Vessel (n): (a large) ship.
Grim (adj): very serious in appearance.
Bugle (n): musical instrument like a small trumpet.
Ribbon’d wreath (n): an arrangement of flowers and leaves twisted into a circle. In this case, decorated with strips.
A-crowding (v): becoming crowded.
Swaying (adj): moving from side to side.
Safe and sound (idiom): not damaged.
Tread (n): step.