sexta-feira, 16 de março de 2012

A Torre, a Roda e o retorno


Estava com o livro que continha a culminação da história que a tanto estava acompanhando, que a tanto começou a fazer parte de sua vida.
O final o surpreendeu, o surpreendeu desesperadamente. Mas era o único final possível, era o único correto. E então ele enfileirou aquele livro ao lado dos seus antecessores, sete livros e uma história que precisava ser lida.

A maioria dos escritores conhece a sensação de necessitar contar alguma história, algo que realmente precisa ser feito. Assim foi com Stephen King, ao menos é o que ele mesmo declara em sua saga, entretanto esta é a primeira vez que sinto o inverso. Não uma história que precisa ser contada, mas uma que precisava ser lida.

A Torre Negra sempre me chamou, aquele livro se oferecendo tão belamente, até o dia em que comecei a devora-lo. Alias, todos os sete. Eu precisava lê-los tanto quanto King precisava escreve-los. Alguma ligação entre os dois fatos? Improvável, mas não impossível.

A Torre me ajudou a compreender algo, novamente. O ka é uma roda. É uma eterna renovação, um esquecer e lembrar ininterrupto. É deixar de ser e de existir, para então se reencontrar e reviver.
É como começar do zero, vez após outra. Não, zero não. Pois alcançar a Torre tem a sua recompensa. Cada vez que a vida se renova há algo nela que muda, algo que de alguma forma causa o diferente, algo que tínhamos e não vai embora com o novo ciclo. E por isso, apesar do vai e vem, vida e morte, a vida é bela. Há renovação.

Precisei ler A Torre Negra, pois era como mais um dos meus ciclos terminava. Precisei ir até depois de quando o próprio King diz que devemos parar, precisei subir até o topo juntamente com Roland de Gilead. Não me arrependo, mas concordo com o escritor, não leia até o fim, provavelmente ficar sem conhece-lo será melhor.
Ciclo cumprido, roda girada, recomeço. Acordaram em mim as lembranças que há muito estavam esquecidas, talvez seja essa a recompensa da vez, ou talvez seja outra que ainda não reconheci.

Só a algo a fazer, continuar em frente, pelo deserto, novamente em busca do ka. Novamente em busca da Torre Negra, pois o homem de preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás.
Longos dias e belas noites.

Haverá água se Deus quiser.














1 comentários ébrios:

Rudá disse...

bela resenha.
longos dias e belas noites