terça-feira, 22 de novembro de 2011

É justo


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Clube da luta


Há mensagens ocultas neste post.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Enquanto isso uma lhama de chapéu diz:

Well, this guy walked in... so I went up to him... and I, uh, I stabbed him 37 times in the chest.

[Bem, esse cara entrou... então eu fui até ele... e eu, ãh, eu esfaqueei ele 37 vezes no peito.]


domingo, 2 de outubro de 2011

Corvo


"Num voo de pombas brancas, um corvo negro junta-lhe um acréscimo de beleza que a candura de um cisne não traria."
Giovani Boccaccio


Um pequeno corvo crocitava sobre o muro.
Não me tome por tolo, meu jovem rapaz, eu já era velho antes de ter a minha própria consciência. Me lembro de velhos inimigos e de velhos rivais, bons tempos em que alguém podia se orgulhar de ter alguém com quem medir forças.
Houve tempos, tão belos, em que a prepotência era o hábito, o natural. Não que já não seja assim, mas está mais reservada nos dias atuais. Se é que pode existir uma prepotência reservada.
Na verdade, pode sim.
Não foi o tempo, não foi a vida, não foram os compromissos e muito menos os amores. Foi apenas o fluir natural das coisas, não se pode esperar que tudo seja utópico, e isso inclui a criatividade e o expressar de qualquer artista, seja ele profissional ou apenas por hobby.
Escrever, para mim, é como ter meus sonhos de dejá-vù, é como ter as minhas epifanias, é como aquela sensação mística de estar uno com tudo o que existe por uma fração de segundo. Escrever também é a minha arma, meu rifle, minha espada.
E ainda existem tolos, desta nova e [em geral] patética geração, que tentam me desafiar com palavras. Isso mesmo, com palavras. Olho para trás, para o rosto impresso nas linhas bem escritas de antigos companheiros, antigos antagonistas, e me pergunto como esse maldito destino traz algo tão lamentável para me distrair atualmente. Aliás, nem chegou a distrair.
Bons os velhos tempos em que haviam nêmesis.
Foi um bom sono. Foi revigorante.
Paro, penso. Ensino essas pequenas gralhas espalhadas por aí a voar, ou procuro por outros corvos para exercitar as asas?
Crocito, crocito.
Olho para o centro do mundo e megulho para o escuro da noite. Uma sombra no breu. A lua no olhar.


Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura, 
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais; 
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira 
Que queria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais, 
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais, 
Com aquele 'nunca mais'.
 E. Poe

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A jugular

E, saltando do banco da praça para o cascalho, para a calçada, para a rua, para a outra calçada e enfim para frente de um carro em movimento, finalmente percebeu que estava em casa.

Ele nunca havia sido tão feliz quanto nesse momento fugaz.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Início do processo descriativo


"Esse é o melhor conto que já criei." pensava satisfeito aquele jovem escritor.
Pensamento que logo se esvaiu com a pequena revelação que lhe ocorreu.
"Mas que droga, esta minha personagem está completamente igual a Duda. E é bem provável que ela acabe lendo este conto. Vai acabar achando que eu escrevi por causa dela, e pior, vai achar que a personagem se deu mal na história por eu guardar algum ressentimento dela."
A história não faria o mesmo sentido se a personagem fosse outra, ou se o final acabasse diferente. Decidiu engavetar a história, era melhor do que um mal entendido assim. Ele gostava da Duda, mas não deram certo junto, e suas conversas andavam cada vez mais escassas.
Começou outro conto, tentou manter os personagens longe de qualquer pessoa. Fez três novos contos, porém o único do qual gostara novamente um personagem que poderia lhe trazer algum mal entendido.
Desistiu de escrever naquele dia, e no dia seguinte preferiu arejar a cabeça, mas não adiantou. Passou o tempo e cada vez que conseguia pensar em algo o que escrever (pois já nem se dava mais ao trabalho de fazer isso) e a história parecesse ter algum futuro sempre trancava a idéia por medo de algum mal entendido.
E assim foi, sem escrever, sem ser lido, sem mal entendido, sem nada.

E foi então que os demônios apareceram.
Não esses demônios bíblicos, nem nada do tipo, mas sim em sua mente, medos, desespero, fracasso, ódio. Este pobre jovem escritor.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

We All Want to Be Young



Vejam.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Certa vez disse Trevanian



"Uma declaração tão correta que nao precisa ser ousada, tão mordaz que não precisa ser bonita, tão verdadeira que nao precisa ser real."
"Significa que se deve ultrapassar o conhecimento e alcançar a simplicidade."


Livro Shibumi

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Onestop


Vi por aí e gostei. Misterios do Windows.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Semana de provas

 - Another Day is Over

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Conversas em um Pub qualquer

- Deus me salvou ontem cara, desci do ônibus e logo depois ele foi assaltado.
- Sério que deus fez isso cara?
- Claro que sim, faço minhas obrigações na igreja toda a semana, pago o dízimo. É obrigação dEle me ajudar, está escrito.
- Ô Furlan, alcança um guardanapo aí.
- IIhh, to vendo que isso vai dar merda, toma aí.
[rabisca, rabisca]
- Lê aí.
- "Eu sou um idiota por acreditar em deus." Rá, rá. Vamos ver isso na hora do juízo final.
- Sim, sim, claro. Mas me di uma coisa, por que teu deus não salvou aquelas outras pessoas no ôibus do assalto?
- Não sei, os caminhos de Deus não são do nosso conhecimento.
- Bosta, é isso que eu digo. Deus não existe.
- Deus é a cura para nossos males!
- Oras, para isso basta ir ao médico. A Ciência é a cura.
- A ciência tenta imitar Deus.
- A Ciência é deus!
- Ah é, é? Se a tua ciência é tão poderosa, por que não te fez com uma cara mais bonita?
- Ah, vai pro inferno!
- Inferno? Que inferno? Existe inferno na ciência?
- Tu sabe bem que isso é só uma forma de expressão. E aliás, tu acredita em inferno, então pra ti vale.
- Garotos, garotos, não briguem.
- E tu Furlan, acredita em qual deus?
- Eu? Nenhum não.
- Ah rá. Viu, mais um ateu.
- Não sou ateu.
- Como não é ateu e não acredita em Deus?
- Não sendo, oras.
- Explique.
- Devolve o guardanapo.
[rabisca, rabisca]
- Não falo mais sobre isso.
- "A fé, seja em Deus ou nos homens, quando absoluta é idiota e ilógica. Por que se firmar em certezas quando a beleza da dúvida paira no ar?"
Olham-se enquanto Furlan pisca e sorri para uma moça passando próxima de sua mesa.
- Viu a nova do PT?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Entre cordeiros e leões

"And when they seek to oppress you
And when they try to destroy you,
Rise and Rise again and again
Like The Phoenix from the ashes
Until the Lambs have become Lions
and the Rule of Darkness is no more"
Maitreya

Levante-se logo seu cordeiro burro, e pare de brincar na relva.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Subsonica - Vita d'altri

Words ao léo

I Wanna be your crazy one.
Chaos, give me strength.

Ok, vamos começar a pintar...
seja pobre mas não seja burro
Na minha opinião, a televisão valida a existência.
Internet: a vitamina e o câncer da modernidade.
É melhor ter a bunda suja ou um caráter imundo?
you only see me when I'm high...
Dói como flauta, como vinho, mata aos poucos, devagarinho, fingindo que me faz bem.
What is love?
Quando tudo tá ruim, alguma coisa tem que melhorar. Nem que seja o tempo.
é esse o país que estamos vivendo!!!!!
"Não há lasanha 4 queijos que não possa virar 5 queijos!"
E isso é tudo de importante na vida.


E não, não tem que fazer sentido se eu não quiser.

domingo, 7 de agosto de 2011

Um ano


"Daniel

Estou aqui bebendo vinho e pensando no quanto tu é importante pra minha vida. A tua presença que me acalma, apaixona e ilumina, é a coisa que eu mais tenho valorizado nos últimos doze meses. Tu é o rascunho de felicidade mais parecido com uma pintura de verdade que eu já vi nessas galerias da vida. Nem os cigarros, muito menos as festas, me presentearam com cores tão vivas como as tuas, que alegram meus dias tristes, cinzas e ocupados.


Amor da minha vida, um dos meus maiores desejos como mulher é que, quando tivermos nossa casa e nossos filhos, eles tenham a mais absoluta certeza de que seus pais sempre se amaram. Certeza essa que eu nunca tive a alegria de ter.

Eu não imagino quando nem onde, apenas imploro que demore muitos anos para acontecer, pois quando chegar o dia em que eu irei te perder vou iniciar um luto eterno.

Te amo acima de qualquer coisa, beijos da tua 'pequeninha'.

Adri


Oito de Agosto de dois mil e onze."

sábado, 6 de agosto de 2011

Atrasos, atualizações e afins

Bueno, como vai caro leitor solitário?
Como é fácil perceber o blog andou quase totalmente abandonado nos últimos meses. O café esfriou e esqueceram o livro sobre a mesa.


Eu estava sem internet e os outros escritores andam cuidando das suas vidas, afinal tempo livre é um privilégio de poucos.
Sem falar em vontade e inspiração pra escrever, enfim.
Voltei a colocar uma internet aqui, ando lendo bastante e logo os post começarão a voltar.
Sem mais.

PS: E junto com tudo prováveis erros gramaticais causados pela ferrugem nos dedos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pós vida

after death - Berk Ozturk

Mentes suficientemente poderosas não morrem, transformam-se.

Como compreendo a verdade

COMO COMPREENDO A VERDADE
por John Chambers

"Eu te mostrarei o medo num punhado de pó."
— T. S. "BUTCH" ELIOT
"Primeiro pensei: ele mentiu a cada sentença."
— ROBERT "SUNDANCE" BROWNING

O pistoleiro é a verdade.
Roland é a verdade.
O Prisioneiro é a verdade.
A Dama das Sombras é a verdade.
O Prisioneiro e a Dama são casados. Essa é a verdade.
O posto de parada é a verdade.
O Demônio Falante é a verdade.
Nós fomos para baixo das montanhas e essa é a verdade.
Havia monstros embaixo da montanha. Essa é a verdade.
Um deles tinha uma bomba de gás entre as pernas e fingia que era seu pênis. Essa é a
verdade.
Roland me deixou morrer. Essa é a verdade. Eu ainda o amo. Essa é a verdade.

Quando é que uma porta não ê uma porta? Quando ê umbral, e essa é a verdade.
Blaine é a verdade.
Blaine é a verdade.
O que tem quatro rodas e voa? Um caminhão de lixo, e essa é a verdade.
Blaine é a verdade.
É preciso vigiar Blaine o tempo todo. Blaine é um saco, e essa é a verdade.
Tenho toda certeza de que Blaine é perigoso, e essa é a verdade.
O que é que é todo preto, branco e vermelho? Uma zebra envergonhada, e essa é a
verdade.
Eu quero voltar e essa é a verdade.
Eu preciso voltar e essa é a verdade.
Vou enlouquecer se não voltar e essa é a verdade.
Não posso voltar para casa de novo se não encontrar uma pedra uma rosa uma porta e
essa é a verdade.
Chuu-Chuu, e essa é a verdade.
Chuu-Chuu, e essa é a verdade.
Chuu-Chuu. Chuu-Chuu. Chuu-Chuu.
Chuu-Chuu. Chuu-Chuu. Chuu-Chuu. Chuu-Chuu.
Estou com medo. Essa é a verdade.
Chuu-Chuu.


[King, Stephen
As terras devastadas / Stephen King, tradução de Alda Porto. - Rio de Janeiro : Objetiva, 2005
526 p. (A torre negra, v.3) ISBN 85-7302-669-3
Tradução de : The Waste lands]

domingo, 17 de julho de 2011

Gentileza

De gentilezas vazias a vida se enche,
digerindo momentos,
transformando-os em pó.

E o pó vira cimento
para amizades passageiras
sorrisos forçados
abraços roubados
tempo frustrado
sentimentos em cache.

Se te aproximas por aproximar,
por mero exercício de ego,
para que perco meu tempo
com tamanha bobagem?

Estranhos conhecidos
amigos ausentes
tédio recorrente
estômago em nó.

Então me faça o favor
de não me fazer favores
simplesmente por fazer,
porque de gentilezas estéticas
já estou cheio
irritado
incomodado
entediado
cansei.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Ele corre pela alameda.

Ele corre pela alameda.
Mas porquê é ele a correr? Não podiam colocar outro? Isso é preconceito, garanto que está correndo da polícia, né? Eu sei que tu não disse nada que pudesse ser ligado a algo preconceito, mas eu sei ler nas entrelinhas, oras. Mude isso.

O outro estava correndo pela alameda, e não estava fugindo da polícia.
Mas afinal por que ele estava correndo? Não podia ser outra coisa? Que tal pular? Pular é um bom verbo. Como assim vai ficar gay? Isso é preconceito, não pode, coloca pular AGORA. O que? Hum... OK, pode ser saltando então.

O outro estava saltando pela alameda, e não estava fugindo da polícia, nem saltando de maneira fresca.
Hey, quem mandou colocar esse treco de fresco aí no meio? Eu sei que tu é o autor, mas não me importo. Não vai mudar? OK então. Mas me explica, o que é uma alameda?

O outro estava saltando pela feira, e não estava fugindo da polícia, nem saltando de maneira fresca.
Peraí, por que tu mudou alameda para feira? Hahaha, não vai me dizer que tu colocou a palavra, mas nem sabia o significado? Cara, tu é mesmo um otário.

Eu defenestro o comentarista.
... O que é defenestrar? HEY, ME LARGA, SAI DE PERTO DESTA JANELA.
POOOOOOooorraaa.........

Ele corre pela alameda.

Você age, e o mundo reage

Você faz silêncio, mas o mundo não se cala.
Você fala, mas ninguém o nota.
Você grita, mas perde a razão.
Você explica, mas não há alguém que se importe.
Você chora, mas o consolo não aparece.
Você pensa, mas nada faz sentido.
Você morre, todos choram, e seguem suas vidas.

domingo, 29 de maio de 2011

Post mega curto non-sense

Se tu nunca passou a madrugada acordado vendo filme do Caça-Fantasmas na televisão, tu nunca viveu de verdade.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Fraquezas

Pode até parecer fraqueza. Preciso dormir.


Preciso esquecer. Pra logo depois me apaixonar de novo. E seguir assim.

Num loop infinito. De paixões, dissabores, amores e desamores.


Sempre lembro. De nós. Pra não esquecer, me machuco a cada noite, rolando na cama.

Sim, eu sei, meu bem. Vamos esquecer, vamos em frente.

Outras e outros virão. Pra nós todos.



Mas eu, eu te amei tanto. Me doei tanto, que preciso de um tempo pra ficar sozinho na minha. Quieto, lambendo minhas feridas.



Sentindo os pingos frios de chuva em mim. Sentindo a dor do vento na pele.


E sinto também, lá longe. Um abraço.


Um cabelo bagunçado jogado no rosto e um perfume de baunilha que dá vontade de morder.

Vou ali, aceitar um abraço e não chorar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sobre coincidências

.


Não existem coincidências, apenas o inevitável.

Porém, quando esse é evitado, acontecem coincidências que levam a ele, tornando o inevitável, inevitável.
.

Mauro Marconi 

Diálogo dia logo

Nada bem.

Nada bem aqui também.

Um dia.

Uma noite.

Nada bem. Já errei demais.

Eu quero acertar

Eu também.

Se tu descobrir como acerta, me avisa, tô sem saber como é.

Olha, esse negócio de viver dá muito trabalho, e eu ainda tento ser feliz?

Complicado isso, eu sei.

Eu amei tanto.

Pois é.

E nada resolveu.

Amor não basta.

Tem que ter algo a mais.

Pra tu não morrer da próxima vez, né?

É.

Mas é sempre preciso morrer um pouquinho por vez.

Me avisa, por favor.

O amor, o meu amor, foi como um acidente.

Batemos de frente e nada se restou.

Fim.

E no fim, eu morri, mais uma vez.

sábado, 7 de maio de 2011

Fango - Jovanotti [Traduzido]

Eu sei que não estou sozinho
Mesmo quando estou sozinho
Eu sei que não estou sozinho
Eu sei que não estou sozinho
Mesmo quando estou sozinho

Debaixo de um céu de estrelas e de satélites
Entre culpados vítimas e supersticiosos
Um cão ladra para a lua
Um homem olha a sua mão
Parece aquela de seu pai
Quando era menino
Lhe agarrava como nada e o levantava para cima
Era belo o panorama visto do alto
Se atirava sobre as coisas sem pensar
Sua mão era pequena mas agarrava o mundo
Agora a cidade é um filme estrangeiro sem legenda
As escadas da subida são escorregadias,escor, esco
O gelo sobre as coisas
A televisão diz que as estradas são perigosas
Mas o unico perigo que sinto realmente
É aquele de não conseguir mais sentir nada
O perfume das flores ,os odores da cidade
O som das lambretas o sabor da pizza.
As lágrimas de uma mãe as idéias de um estudante
Os cruzamentos possiveis de um praça
De estar com as antenas erguidas na direção do céu
Eu sei que não estou sozinho

Eu sei que não estou sozinho
Mesmo quando estou sozinho
Eu sei que não estou sozinho
E rio e choro e me misturo com o céu e com a lama
Eu sei que não estou sozinho
Mesmo quando estou sozinho
Eu sei que não estou sozinho
E rio e choro e me misturo com o céu e a lama.

A cidade é um filme estrangeiro sem legenda
Uma panela que cozinha pedaços de diálogos
Como estás, quanto custa,que horas são
O que acontece,o que se diz,no que se crê
E então se vê
Aí se sente só parte de um alvo
E torna-se um pesteado quando faz um erro
Um cartaz de seis metros diz tudo está ao teu redor
Mas tu olhas ao redor e ao contrário não tem nada.
Um mundo velho que está junto só grato aquele que
Têm ainda a coragem de apaixonar-se
E uma música que bombeia sangue nas veias
E que faz vir a vontade de acordar-se e de levantar-se
Pare de lamentar-se
Que o único perigo que sente realmente
É aquele de não conseguir mais sentir nada
De não conseguir mais sentir nada.
O bater de um coração dentro do peito
A paixão que faz crescer um projeto
O apetite a sede a evolução atual
A energia que desencadeia-se em um contato

Eu sei que não estou sozinho
Mesmo quando estou sozinho
Eu sei que não estou sozinho
E sorrio e choro e me misturo com o céu e com a lama
Eu sei que não estou sozinho
Mesmo quando estou sozinho
Eu sei que não estou sozinho
E rio e choro e me misturo com o céu e a lama

E me misturo com o céu e com a lama
E me misturo com o céu e com a lama

Letra original. [italiano]

terça-feira, 3 de maio de 2011

Pursuing happiness,
ou apenas andando ao léu.

.

Sentado no ônibus, olhando para as casas, pessoas, animais e vidas que ficavam para trás, juntamente com a paisagem, ele não pensava em como a vida é uma montanha russa.
Idas, vindas, tristezas, alegrias, tudo é passageiro, mas isso todos já sabemos, não?
Sentia-se feliz naquele instante, sem motivo, por que achar motivos para tanto? Basta apreciar o momento.

Não, nada de novo havia ocorrido, sem novos amores, sem novo emprego, sem ganhar na Mega. Nunca apostou, aliás. Não acreditem, mas nem beber este caro personagem bebeu. O vinho ainda estava fechado em casa, as outras bebidas também. O tão envolvente livro na sua cabeceira continuava lá, e a xicará de café vazia, sem ter sido preenchida aquele dia.

Desceu, andou pelas ruas semidesertas, com as lojas fechadas. Feriado é sempre assim. Não encontrou ninguém, mas sorriu a desconhecidos, e desconhecidos sorriam de volta. Nem sempre, mas sorriam.

Noites frias fazem as pessoas se tornarem mais calorosas.

Enfim, voltou, ainda sem café. Um dia bom. O sono. Boa noite.
Já ouvi isso antes, de forma tão diferetemente parecida. Ainda assim, boa noite.

As horas passam, o sono vai, o sono vem, Boa noite, já lhe disse.
Ainda não percebeu que o tempo brinca? Faz isso com o mesmo divertimento com o qual brinca com seus próprios cachos.
Beijos, boa noite, nos vemos... ...quando for o tempo.

Então dorme, com um sorriso feliz no rosto. Lembrando de risos que não deveria ouvir, e de olhos que queria olhar.

domingo, 1 de maio de 2011

Um ano de ausência de personalidade.

Jogado num rio de pensamentos alheios.
Numa cidade lotada de farsantes e cópias de farsantes.
Num corpo que não é seu, numa vida moldada por outros.

E se um dia todos acordassem?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Poetry

"you guys are fools, you
laugh like fools!"


"maybe só,señor, but even fools
have a right to laugh,
no?"
Charles Bukowsky, 1972






tradução livre:


"vocês são uns idiotas, vocês
riem como uns idiotas!"


"talvez, señor, mas até idiotas tem o direito de rir,
não?"



O tempo é atemporal

Se queres chamar algo de Deus, meu caro, chame ao tempo.



Chronus é provavelmente o ser mitológico que melhor representa o título Deus.
Não é algo que surja do nada, havia a terra e o céu, a partir deles surge o tempo, e com o tempo as formas de vida.
O tempo já foi dito como inexistente, mas na verdade ele é atemporal. Não se pode medi-lo. Ele não é uma energia ou consciência cósmica. Não é ele que nos faz envelhecer, muito menos ele que diminui as nossas mágoas. Tudo isso é apenas consequência da sua existência.
Ele é aquilo que é, esta seria uma ótima descrição para ele.
Talvez o tempo seja apenas a ordem natural das coisas, talvez ele seja a força da natureza, talvez ele seja o destino, ou simplesmente o acaso.
Ele não passa, ele não flui. Nos que passamos ou fluímos por ele.
Ele não tem regras.
O tempo é tudo.
O tempo é nada.
Nós somos o tempo, e para ele nós nem existimos.

O tempo, meus caros, é atemporal.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Absinto

Ela bebia absinto.
Não para se embriagar, nem para esquecer nada. Muito menos pelo gosto. 
Ela bebia absinto para conversar com as fadas verdes.

sábado, 16 de abril de 2011

O Sentido da vida.

Pode ser ensinado pelo vôo de uma joaninha verde.

E isso não é um bom sinal.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sem nome

Amar, amar siempre y con todo
El ser y con la tierra y con el cielo,
Con lo claro del sol y lo obscuro del lodo.
Amar por toda a ciencia y amar por todo anhelo.


Y cuando la montaña de la vida
No sea dura, y larga, y alta, y llena de abismos,
Amar la immensidad, que es de amor encendida,
Y arder en la fusión de nuestros pechos mismos....




RUBÉN DARÍO

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Adele


Adele Laurie Blue Adkins, ou simplismente Adele, é uma cantora inglesa de soul e jazz. Nasceu em 5 de maio de 1988. Enjoy.




Site da cantora: http://www.adele.tv/

domingo, 23 de janeiro de 2011

Daniela no Carnaval

David Coimbra



Daniela. Linda e reservada. Discreta. Queria namorar com ela. Estou falando em namorar, não em sexo casual, algumas noites de loucuras e prazeres inenarráveis. Compromisso, manja? Andar de mãos dadas pelo shopping. Cinema. Sorvete. Essas coisas.
Mas, claro, ela nunca havia me olhado duas vezes seguidas. Tinha lá um namorado. Dizia que gostava dele. Ele, lógico, era uma besta. Por que as mulheres bonitas e interessantes namoram bestas?

Bem, tudo ia normal, Daniela com sua besta, eu sozinho. Até chegar o Carnaval. Decidi ficar em Porto Alegre - ia trabalhar. À noite, fui assistir aos desfiles das escolas de samba. Fui apenas porque não tinha nada mais empolgante para fazer. Estava lá, meio entediado, pensando que talvez fosse melhor ter ficado em casa vendo Telecine Action, quando Daniela fez sua aparição. Foi isso que aconteceu - foi uma aparição. Ela estava no alto de um carro, era destaque da escola. Usava roupas sumárias, faiscantes, sambava equilibrada em um escarpim sem fim e abria os braços, como se saudasse o povo, os seus súditos. Era uma rainha. Isso que ela era: uma rainha.
Segui-a com os olhos, enfeitiçado. Ali, na arquibancada, decidi que precisava vê-la na dispersão. Não sabia bem o que ia fazer ou dizer, tinha vontade de me atirar aos pés dela, abraçar suas canelas macias e gritar, rouco de paixão:
- Minha rainha! Minha rainha!
Bem, talvez fizesse isso mesmo.

Rumei para a dispersão. Caminhava sofregamente, desviando das pessoas, batendo nelas, quase correndo. Cheguei lá, mas a princípio não a encontrei. Uma confusão de gente se pechando e rindo, as pessoas riem no Carnaval. Olhei, procurei, já estava desistindo, quando senti sua presença às minhas costas.
Virei-me, ansioso. Ela! Imponente. Soberana. Uma rainha. Abri a boca, ia falar algo, mas fiquei indeciso. Ela, ao contrário, deu um passo na minha direção. Ficou tão perto que eu podia sentir-lhe o cheiro doce do hidratante. Nívea, acho.
- Meu namorado viajou para Florianópolis - sussurrou ela, com uma voz tão meiga que me doeu o pâncreas. - Estou furiosa e quero companhia. Quer ser minha companhia hoje?
Não acreditei. Será possível? Será que fui lambido pela língua de fogo do Espírito Santo? Balbuciei:
- Arran - queria dizer algo mais inteligente do que arran, mas não consegui. Mesmo assim, ela entendeu:
- Então vamos.

Tomou-me a mão. Conduziu-me até o carro. No caminho, eu ia pensando: não é possível, vai acontecer algo, não tenho tanta sorte assim. Chegamos ao apartamento dela. Eu desconfiado, sentindo o coração bater no gogó.
Ela enfiou a chave na fechadura. Fiquei olhando a mãozinha girar a chave. Unhas redondas e curtas. Não gosto de mulher com unhas compridas. Uma volta para a esquerda. Duas. Ela sorriu para mim um sorriso de dentes pequenos. Bons dentes. Quem será seu dentista? Escolheu outra chave do chaveiro, uma maior, parecia uma daquelas espigas de milho nanicas, como eles fazem aquelas espigas? A porta se abriu com ruído. Ela sorriu de novo. Estava me viciando no sorriso dela.
Entramos.
- Vou buscar uma champanha - ela disse, armada com outro dos seus sorrisos perigosos.
Ofereci-me para abrir. Tive alguma dificuldade. É preciso ter polegares fortes para abrir champanhes. Consegui, afinal: POC!
Brindamos. Bebemos. Ela ficou bem perto de mim. Eu ofegava. Ela se aproximou mais. Mais.

Corta.
Não vou descrever todas as coisas maravilhosas que aconteceram naquele apartamento. Só revelo que acordei enrodilhado no corpo nu de Daniela e que essa é uma sensação que jamais esquecerei.

O Carnaval terminou e não encontrei Daniela outra vez. Dias depois, estava sentado no Lilliput, bebericando um chope cremoso com os amigos, e aconteceu. Lá vinha ela pela calçada. Estava com o namorado. O tal que tinha ido para Santa Catarina.
Caminhavam de mãos dadas. Mais do que mãos dadas, dedos entrelaçados. Prendi a respiração. Ela me viu. Veio na minha direção, puxando o namorado. Veio. Veio. A dois metros de mim, sorriu um sorriso arrancado do mesmo lote que me hipnotizou no Carnaval.
- Tudo bem? - cumprimentou-me.
- Tudo...

O namorado me olhou, desinteressado. Continuaram caminhando. Desapareceram na esquina da Padre Chagas. Compreendi que havia sido o instrumento da vingança de Daniela. Eu fora escolhido por ela para castigar o namorado.
Talvez devesse ficar feliz. Talvez. Mas, depois de conhecer Daniela, ter provado das delícias de estar com Daniela, como ia viver sem ela? Diga: como?