domingo, 10 de fevereiro de 2013

Sincronia

E eu tento me derrotar pelo cansaço. Pela dor.
Dor na mente e no corpo. Não durmo além de leves cochilos por dois dias seguidos. Não é muito, isso é lá verdade, mas tanto meu corpo como a minha mente andam deficientes. Como aqueles aparelhos com que começam a dar erro, precisa zerar a bateria para ele resetar e então carrega-la novamente.
Sinto falta de conversar com algumas pessoas, e ainda assim nada faço. Eu não era tão orgulhoso, não em relação a pessoas queridas. Me sinto tentando encaixar uma peça estranha em um quebra-cabeça pela metade.
Então escrevo. Uso o melhor meio de ligação que possuo comigo mesmo, e com meus eus.
Busco a resposta para a pergunta desconhecida. E apesar de conseguir reconhecer a falta de senso nisso, é inevitável.
Inevitável como as melhores e piores coisas.
Como o passado que assombra o futuro e assusta o presente. Como o olá não dito e o adeus em gritos.
Quem sou eu pra mudar isso? Mero criador de mundos. Não há mundo possível de mudar o passado. O tempo sempre é mais forte e não pode ser dobrado sob os nossos futeis desejos.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Melodia

Pego a caneta e bato no papel em branco na minha frente.

"Mando o foda-se?
Faz tempo que tem gente pedindo por isso, pedindo para receber umas verdades na cara, um tapa da sociedade.
Mas eu estou com sono.
Sim, sim, eu sei, e o sono suga o principal da raiva e da energia necessária para fazê-la funcionar, é uma pena.
É?
É sim.
Nem tanto.
Verdade.
Do que queria falar?
De gente que não aceita que as coisas não funcionem da forma que eles esperam.
Mas não sou assim também?
Sou, mas apenas em parte. Trabalho na lei da reciprocidade, se dou algo, espero receber algo equivalente em retorno.
Nem sempre isso acontece.
Eu sei, tento aprender a conviver com isso.
Eu também.
Mas então?
Então? Então que me cansa que esperem coisas que não posso fazer e nem ao menos me dão algo, ou a promessa de algo, em primeiro lugar.
Ou seja, faça isso porque eu pedi. É isso?
Basicamente.
Não é uma atitude muito inteligente.
Na verdade é. Só depende de quem é o alvo dessa atitude. Este tipo de comportamento pouco ou nenhum efeito tem em mim.
Já teve.
E com o tempo aprendi a reconhecê-lo e evitá-lo.
Ele e tantos outros.
E o que mais?
Tudo.
Amplo demais.
A mente não possui limites.
Ah, sim, possui.
Podem ser quebrados.
Como?
Da forma correta.
E qual a forma correta?
Tudo ao seu tempo.
... e isso foi a resposta ou um adiamento?
Ambos."

E afasto a caneta do papel, já preenchido por alguns riscos negros. Onde três mascarás sem expressões ficarão por sua breve eternidade.