domingo, 31 de janeiro de 2010

Notícia

O Esdrúxulo Recanto volta ao seu verdadeiro dono, e eu reconheço que sou melhor dividindo a mim mesmo, um dia quem sabe eu esteja pronto para ser um só, mas ainda não.

Cenas do Cotidiano #2

Hoje saí decidido, eu ia comprar uns suspensórios. Estava completamente decidido. Até que mudei de idéia, fui pra segunda parte da minha lista mental, e me dirigí ao Porto dos casais.

Fui tranquilo, de metrô, nada excepcional desta vez.
Fui à CCMQ [para mim a tão sagrada Casa de Cultura Mário Quintana], tudo normal, algumas exposições que não entendi muito bem, outras que apreciei muito mais.

Me chamou a atenção ter tantos seguranças por lá, dificilmente eu via algum quando fui das outras vezes. E por causa deles tive um ataque de riso silêncioso.
Fui ao banheiro. O banheiro lá fica meio escondido num corredor que geralmente quase ninguém anda. Estava vazio, tudo ok. Quando lá estava eu, lavando as mãos, e passando uma àgua no rosto, entrou um cara.
Tá, mas o que tem isso? Bem, logo depois que o cara entrou, mais alguém abriu a porta, uma guria.
Bem, faço um parênteses agora, os banheiros ficam num corredor como eu disse, de um lado do corredor tem as janelas do terceiro ou quarto andar, do outro lado os dois banheiros, o feminino e o masculino, um de frente para o outro, pois ficam num vão existente no corredor. Há, neles, uma grande placa quadrada, de uns 20cm +/-, com aqueles bonequinhos de banheiro, escrito masculino e feminino, em azul e vermelho respectivamente, e cada um em sua respectiva porta, como devem imaginar. O primeiro banheiro que se vê vindo do corredor é o feminino, só depois de passar pelo vão se vê o masculino. Sabendo disso, alguém acha que a guria abriu a porta por engano logo que o cara entrou lá? Repetindo, é um lugar geralmente vazio.
Pois bem, agora que na sua cabeça já deve estar passando o mesmo tipo de sacanagem que passou na minha na hora que vi a cena, eu continuo.
Logo que a guria abriu a porta ela me viu, afinal, as pias devem ser o primeiro lugar que se vê quando se abre um banheiro público. Ela disse "Ai, ops..." fechou a porta rindo envergonhadamente [pelo menos a mim pareceu isso]. Olhou pro cara, ele deu uma risada do tipo 'putz, me pegou'.
Posso ter maliciado, mas sinceramente, acho que minhas suposições à respeito do que aconteceria lá caso eu não estivesse no banheiro naquele momento estão corretas.
Enfim, saí de lá rindo, afinal não havia outra coisa a fazer.
Então, voltando pelo corredor [a garota provavelmente entrou no banheiro feminino depois disso, pois não a vi mais] passou um segurança por mim, me olhou sério e falava no seu fone algo pelo que eu pude entender, era que o pessoal que vigia as câmeras de segurança estava achando o mesmo que eu daquela situação.
Passei tranquilo por ele, que continuava me olhando, mas sinceramente, gargalhava muito em silêncio. Pobres amantes, sorte de vocês que eu estava lá para atrapalhar seus planos, ou seria o segurança a fazer isso.

Depois disso sentei numa das passagens entre os dois prédios da CCMQ, e começei a ler o livro que trouxera comigo. Quase choveu, tinha um monte de gente de preto indo, voltando, conversando em roda por lá, aliás, eu estava de preto também, passaram uns estrangeiros [acho eu] falando inglês, terminei meu livro e fui embora.

Agora coisas menos pertinentes:
Acho que a irmão da minha primeira ex está trabalhando no shopping da minha cidade [vi de relance, não tenho certeza].
A maioria das garotas acompanhadas por quem passei nesse dia ficaram me encarando [fiz a barba e arrumei o cabelo, até eu me achei, hum, agradável quando me vi no espelho] com um olhar que dizia 'ooooiii...', vários desses companheiros me olhavam com um 'que tu ta olhando pra ela?', alguns olhavam com um 'se continuar olhando pra ela te quebro os dentes' e outros olhavam para qualquer outro lugar com um 'aiai, ela me ama'. Mas nenhum notou que eu só ficava olhando elas quando elas ficavam me encarando primeiro...
Perdi meu botton da Amélie Poulain.
Tomei refri demais.
Recebi um tchau de uma pequena que eu adoro.
Uma bebê me encarou na volta do metrô [bom sinal, achei que tinha perdido meu charme para com esses seres infantis, minha afilhada geralmente chora quando eu chego perto Oo, acho que tava perturbado demais comigo mesmo e ela sentia isso, na próxima visita eu confirmo, ou talvez ela só me acho estranho].
Encarei algumas garotas distraídas, só para vê-las desviar o rosto e sorrir acanhadamente [algumas me fitavam por algum tempo, mas acabavam fazendo isso também]. Às escolhia por aquele vislumbre de acanhamento do brilho dos seus olhos, tão encantador para mim... Gosto de ver quando ela percebem que alí, naquele momento distraído à alguém as observando com interesse, genuíno, porém inocente, um simples elogio feito com o olhar [Posso estar enganado, mas acho que isso faz bem para o ego de qualquer um].

Acho que está de bom tamanho para esse post, então, nada mais tenho a declarar...

Sobre viver, mudar e decidir #2

Nossa, como eu tava stressado no ultimo post...
Stresse acumulado.

Culpa das férias escolares, fico confinado no meu mundo do trabalho, e ainda por cima sem internet, que me stresso mais fácil.

Poderia ficar aqui explicando, mas sinceramente, é muito mais simples dizer: "Fodam-se pseudo-cults, pseudo-intelectuais e afins."
Poderia ter mais, mas ficaria muito pessoal, simplismente tava de saco cheio de copycats de pensamento se achando gênios e querendo minimizar a mim e meus amigos, vou parar de ignorar esse tipo de gente.

Mas enfim, hoje [ontem agora], foi um dia que eu tava precisando. Deu pra rir, e sorrir também. Um dia sozinho, mas não solitário.

Por esse post era só. Bem, talvez não, mas agora acabou.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sobre viver, mudar e decidir

Momento de um post falado, um momento Lucky [sim, ele esperou por Godot {bem, não diretamente}] talvez... Vou olhar mais um video da Tessa e já continuo...

...

Ok, voltei...

Enfim, batatas cozidas em música troglodita bruscamente retorcida petulantemente ondulante e embarassada futebol vizinhos café requentado de madrugada numa noite estrelada com o pensamento distantemente numa distorsão indireta da realidade indissolúvel e conturbada Harley-Davidson David Coimbra cultura casa Quintana Ver!ssimo epifania gruta grita risada sorriso expressão dimensão caneca personal computer Google Trevanian livros muitos sebos amontoados num mar de vozes estranhamente sutis e distintas de maneira inintelegível apreciação da verdade mentirosa da casa da Joana e sua petulante mão conduzida por sua afável mãe calor vento chuva luz pessoas saudades curiosidades passado presente perfeito amor muro cão latido miado esguio flor nada mais compreensão de uma mente desunidamente reequilibrada razão e emoção estrelas num céu escuro.

Entendeu não? Então o dignissímo texto serviu ao seu propósito.
Não gostou? Não tive intenções de gosto, apenas de não entendimento.
Loucura? Sim, e necessária.
Por que? Sem motivo.
Heim? Isso mesmo, necessária e sem motivo. Lucky me lembrou, sempre lembra.
Quem? Lucky, já disse.
Donde? Aiai, "Waiting for Godot". Procure no YouTube. Acho que não tem em português.
Só isso? Não, agora senta que eu volto a ser eu.
Já estou sentado! E agora? Agora ignore o mundo, coloque uma boa música em uma linguagem que você não entenda, e leia, se você chegou até aqui, leia.

Nesse momento estou em dúvida se crio o resto da postagem baseado em reflexões do comportamento humano ou se faço você que está lendo refletir sobre isto.

Sabe, quando nem havia nascido eu quase morri, o cordão umbilical havia se enrolado no meu frágil pescoço fetal, mas não morri. Quando tinha poucos anos de vida, sempre cheio de doenças, quase morri uma noite, minha mãe me achou já frio na minha cama, me levou às pressas para o hospital, enrolado no cobertor, lá graças a uma injeção sei lá de quê usada em ultimos casos [que ou te salva, ou mata de uma vez] eu sobrevivi. Alguns anos mais tarde, brincando com meu irmão, um primo e um vizinho, construindo uma 'cabana' com dois cavalete e um barril de latão aberto, tudo desmorona, junto com as pedras que estavam em cima para manter o latão no lugar, durante muitos anos carreguei a cicatriz no meu pescoço de onde caiu, mas parou antes de alcançar realmente fundo, além de um dedão do pé quebrado. A alguns meses atrás quebrei o tornozelo, levantando do sofá, descobri que tenho osteopenia.
Aprendi a me auto-controlar, a ter paciência, a dar valor à moral, à honra e àquilo que eu considerava correto. Teci, por mim mesmo, minhas concepções de filosofia e sabedoria, e mais tarde vim a saber que oa antigos tinham idéias muitos semelhantes as que eu supunha. Escondi-me do mundo, e dele tentei aprender tudo o que pude, o que vivi, o que ouvi, o que vi, o que li, o que não vivi. Sofri, ah como sofri. Cheguei a um ponto em que o isolamento se tornou a minha maior verdade, pela vida, por opção, por amor, com dor, quebrei esse afastamento.
O mundo, ah já o conhecia, não me surpreendi, mas o senti, era o que me faltava, foi o que me completou. Conhecimento, sempre se pode ter mais, mas falo de ser e não ter, sou completo, mas não estou completo.

Sim, essa é minha vida, pela qual passei, na qual vivo, sem pressa, sem parar, sempre tudo ao seu tempo, aprendi que se não for assim, não a viverá, mas sim se arrependerá do como poderia ter vivido, ou de como viveu algo antes da hora.

E chegou agora a hora de fazer calar esses que estão por aí, a repetir palavras alheias, pessoas que não desenvolveram seus próprios pensamentos. Pessoas que por lerem muito e conhecerem pessoas com um grande conhecimento acumulado acham que têm opinião própria.
Rídiculos, vomitam as palavras proferidas por pensadores de milênios atrás. Se deixam levar sem notar por formadores de opinião, e cospem para cima quando resolvem falar sobre assuntos que sequer conheceram pessoalmente. Ousam satirizar e criticar quando alguém lhe dá uma opinião contrária a que lhe foi enfiada goela abaixo anteriormente, não sabem respeitar e aprender, a não ser que seja das mesmas fontes, como fantoche que não aceita outras mãos a não ser a do dono.
Vamos ver como será quando suas preciosas teorias forem quebradas e jogadas ao abismo, quem sabe a mediocridade dessa geração finalmente olhe para si mesma.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Antigos textos

Será que um dia vou me encontrar, e de mim não mais fugir, tentar se esconder, ir para algum lugar mais além de onde já fui, então voltar, o mundo mudar,
e um novo rumo seguir, para onde quiser ir, com novos pensamentos, novas origens, outros horizontes, novas paisagens. e tudo isso para que? ir além do
imaginável? nada disso serve a não ser que o amanhã realmente venha, que o mundo não seja uma prisão, que os ventos soprem em todas as direções, então
eu irei, sobre meus próprios pés, e andarei, até o fim do mundo, para poder encontrar o meu mundo, e então me realizar e ir atrás de outro sonho, pelo qual
valha a pena sonhar, e buscar, pois a vida é curta e deve ser vivida pelos que sabem o que dela fazer, para então finalmente perecer.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Um dia

Sentado. Olhando para a frente. A persiana fechada não deixa perceber, mas lá fora são nove horas da mnhã.
Ele deve estar sentado ali há umas sete horas.

Um copo na mão. Uísque. Sem gelo. Pensativo, ele se recosta. Unm pouco esolta um suspiro. Ao fundo, Elvis sussura “ ...love me tender, love me ….”.
Levanta-se e suspira novamente. O corpo agradece os movimentos depois de tanto tempo parado. Vai ao banheiro, olha no espelho. Vê um homem jovem, barba de três dias e olheiras. Da sala vem novamente Elvis, mas agora parece estar mais animado “... hawaiian girls...”
Ergue a cabeça e ensaia um sorriso. Inútil. Depois de tanto tempo, parece que desaprendeu a sorrir. De repente, foi como se algo se iluminasse dentro dele. Vê seu rosto no espelho e olha para a lâmina de barbear. Um pensamento cruza sua cabeça como um raio. Parece decidido agora.
Vai até a sala e aumenta Elvis um pouco. Decide pôr o cd para repetir.
Então, com passos firmes entra no banheiro. Pensa um pouco como se repassasse um plano. Balança a cabeça como se confirmasse algo e empunha a lâmina.
Abre a torneira, molha o rosto e ergue a mão com a lâmina empunhada na altura do pescoço.
Outro suspiro. O telefone toca. “Deixe que toque”- pensa ele, quase raivoso. Estica a pele e vagarosamente encosta a lâmina na pele. Sente o metal frio na carne molhada. Arrepia-se.

E começa.

Para cima, e depois para baixo, lentamente ele vai fazendo a barba. Pára um pouco para alcançar a
espuma e continua. Começa a se embalar com Elvis.
Dez minutos depois, barba feita, ele sorri e pensa: “ abrir a porta e viver. Vou sair. Pegar um sol. Ficar aqui não resolve nada. Melhor assim. Sofrer? Faz parte da vida. Quer saber? Vou ligar pro Flávio e marcar aquele choppinho.”
Ao esperar o elevador, sorri ainda mais ao pensar que alguns minutos atrás tinha pensado naquilo. “Bobagem, isso é para covardes.”
“Mas por via das dúvidas, vou comprar um barbeador elétrico.”-pensa ele ,comprimindo os olhos ao sair no sol. O mundo não acabou afinal.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Maluquices (parte II)

Pasmen,o sono não vem e quero dar continuidade aqui. Vamos indo, ver o que acontece. Só não quero e não vou ficar mudo pra falar de amor aqui. É tão démodé, não? Não, eu não estou falando da frase do Fábio Júnior. falando dele. O amor. Está tão fora de moda falar de amor, de sentimento, num tempo em que as comunicações pela internet estão cada vez maiores. E mais rápidas. Tecnologia esta que nos afasta uns dos outros. Saudade? Manda e-mail. Doença? Manda um torpedo. Gosta de alguém? Deixa um recado no perfil dele ou dela. Tudo tão na ponta dos dedos e tão longe. Não que eu não use isso. Mas acredito que isso nos afasta uns dos outros e vai acabar criando uma geração sem amor. Deve ser por isso tanto auê por conta do tal fim do mundo. Pra mim o mundo acaba quando perdermos a vocação para amar. Para sentir. Para nos emocionar perante um ato de bondade. Aí o mundo acaba. Daí nada terá valor. Sentimentos? Pff. Nada importa. O bom é ter um blog (ou dois) alguns perfis em redes sociais e se sentir aceito nessa tribo cibernética. Onde vamos parar? Só Deus sabe. Ou nem ele. Será que ele realmente pensou que chegaríamos nisso tudo ? Na certa previu que acabaríamos antes, que sucumbiríamos á falta de amor. Mas ainda não. Ainda. Só não vejo casais apaixonados pelas ruas. A vida está nas ruas e não vejo muito disso por aí. Acabaram-se os apaixonados? Os beijos de cinema? O mundo anda mesmo tão violento que as pessoas deixaram de passear? As flores, onde estão? os banhos de chuva são punidos com exclamações “- Nossa, vocês estão loucos?”. A vida é uma grande bagunça (sim a esta altura vocês já sabem que a minha opinião de vida é que ela é uma bagunça e eu estou sempre pronto a entrar na bagunça e aumentar ela.) e nada nela faz mais sentido que o amor.

Tenho certeza que Deus nos fez para a felicidade. Se não, não nos faria tão resistentes à dor, não faria nossos corações tão fortes, a ponto de podermos sempre recomeçar, basta querer. Se você pudesse parar e voltar um pouco no tempo, o que faria? O que mudaria? Uma frase mal interpretada? Um olhar, uma rosa? Ou seria uma Roza? Esquece, um dia eu explico.

Mas o nosso protagonista. É um daqueles que nasceram com um buraco no peito, daqueles que mesmo puxando na memória não conseguem lembrar onde foi realmente feliz. Ou com quem. Ou quando. Meio depressivo, ? Pois é, eu sou assim. Apesar de ter uma porrada de conhecidos e alguns amigos por aí, continuo depressivo e não considero isso ruim. Uma vez uma garota me falou que eu sou Pop. Pois é . Pop. Vê se pode, eu, sendo Pop. É que as pessoas gostam de mim pelas piadinhas, caretas. As pessoas gostam de rir e assim, algumas gostam de mim.

Mas, ah!, salve o mas. O amor é feito de tantas formas diferentes que nem sei por onde começar. Já li relatos de pessoas que se apaixonaram na fila do seguro-desemprego. Acontece. E claro, os clássicos, estilo romeu e julieta. Aqueles que se olham e se apaixonam. Geralmente isso não dura muito. Assim como os originais, os nossos romeus e julietas terminam logo. Sempre com um “ele(a) não era aquilo que eu pensava.”. Pois é. Eu acredito que o amor é a única coisa que salva esse sonho louco, essa bagunça (bazinga!) que vivemos.

Queria poder experimentar mais disso.Há uma história, sobre os deuses gregos... eles estavam entediados,e criaram o homem. Mas continuaram entediados e inventaram a mulher. Como o tédio continuou, eles inventaram o amor, assim nunca mais se entediariam. Depois resolveram experimentar o amor, e então inventaram o riso, para que pudessem suportá-lo. E suportar as dores de amor, suponho.

A chuva cai lá fora e meu pensamento me leva para longe, talvez num tempo distante, rapazes de chapéus e moças e vestidos. Bondes. Carroças, poucos carros. Ah, a vida antigamente, como isso me atrai. Creio que sentiria falta da internet. Mas tudo se supera. Naquela época, eu poderia facilmente me apaixonar. Coisa que acontece comigo mesmo na nossa época. Eu vivo me apaixonando. Mas são paixões que não duram, coisas rápidas. Chuva lá fora. Sozinho em casa. Bate uma saudade, uma vontade de estar junto. De quem? Não sei. Tenho comigo agora certo medo, certo pé atrás com isso tudo de amor e paixão e namoro e sei-lá-o-que-mais. Chove. Os hibiscos da minha janela agradecem a chuva e eu penso, que um dia o Sol se apaixonou pela Lua. E ele corre sempre, intensamente atrás de sua amada, mas, por uma ironia do destino, eles não podem se encontrar. Ou seria um feitiço dos deuses? Quem há de saber?

Perdoem a pausa. Fui tomar um banho de chuva, aproveitar um dos poucos prazeres solitários da vida. Sinceramente? Um dos melhores banhos de chuva que já tomei. De verdade. Água gelada, parece que limpa a alma, que lava a aura e nos restaura pra tentar de novo. Se fôssemos feitos para sermos sozinho, seríamos apenas um. Não tantos como somos. Filosofia barata, puts. A vida é feita de ciclos e bem, acho que o amor está presente em todos. E de muitas formas.

Pessoas apaixonadas são tão felizes. Tenho inveja delas. E pena também. Há tantas coisas que elas não sabem, tanto sofrimentos, tantas dores. Acho que mesmo que soubessem não faria diferença. Iriam se apaixonar igual, iriam amar igual, talvez até com mais intensidade. Por que em termos de amor, não importa muito o que virá, embora façamos planos, importa o que acontece agora. O hoje para os apaixonados é mais importante que o amanhã. A não ser que amanhã haja um cinema.

Cinema. Ah! Uma das mais manjadas expressões de paixão e interesse entre seres humanos.Me parece que o cinema foi inventado com o intuito de unir casais sob um pano de fundo escuro enquanto um observa, admirado, as expressões do outro, durante o filme. Ou só eu que já perdi um filme todo observando as expressões faciais da moça?

Vinte e um anos e um metro e setenta e cinco de vontade. Amar e sofrer. É só começar. Vá em frente. Não tenha medo. O futuro aos deuses pertence e não há muito que possamos fazer. No máximo uma previdência privada.

Mergulhe, sempre. Mas de olhos abertos. Não tenha medo de se entregar, afinal de contas, o pior que pode acontecer com você é o que acontece com todos. Sofrer um pouco por amor e depois começar tudo de novo. Se ainda sofre, aproveite para se redescobrir, para se conhecer mais, para ver sozinho aquele filme que tens vergonha de olhar com mais gente por que tu chora no fim. Beba um pouco (um pouco!) com os amigos e se te faltarem amigos, faça novos. Estude, conheça outras pessoas, entre elas deve estar aquela que irá te fazer feliz outra vez. E de novo. Mergulhe. De olhos abertos. Só não espere demais dos outros. Afinal, Calvin já dizia que “a gente vive melhor quando nossas expectativas são baixas.”

Maluquices

São meia noite e doze e acabei de fazer a barba. Estranho, convicto, em que mundo vivo? Num mundo onde a rapidez de tudo deixa a gente meio zonzo, talvez ansiando pela liberdade primeva.

Estranho, meu plano hoje é passar a noite em claro e escrever alguma coisa. Talvez eu possa contar uma história. Escrevi duas vezes a palavra estranho em dois parágrafos. Estranho. Tá ,desta vez foi de propósito.

Só quero contar uma breve história e depois podemos todos fechar isto aqui e ir viver. Viver, viver , ah, a mais bela das ironias, a vida é complicada a cada passo, uma grande bagunça. Ou será só a minha vida que é uma grande bagunça? Não sei, eu sou assim, meio gauche na vida, um maior abandonado como cantava Cazuza.

Bueno, a minha história. Quem sou eu não é importante, mas ao longo do que eu for contando eu vou dando umas idéias.Até por que isso não vem ao caso agora.

Falava eu da rapidez do mundo, da impulsividade de tudo e do fato de estar acordado agora tentando achar a melhor maneira de escrever a minha história. Minha pois sou eu que estou escrevendo, não que eu esteja nela. Eu posso estar. Ou não.

Nosso bravo protagonista é só um estudante. Perdido, poderia facilmente não ser reconhecido por você na rua, aquele tipo de cara que a gente quase nem nota. Um jovem (que não sei o nome que se dá á fase entre a adolescência e a vida dita adulta), um cara normal que curte lá seus rocks e deve ter suas manias, que ninguém é normal mesmo. Um estagiário. um estagiário normal, coisa que afinal não é o fim do mundo, afinal há coisa pior que isso. há crianças morrendo de fome na África. E mulheres espancadas na Uniban. E torcedores do Botafogo. Ou seja, há algo pior que ser estagiário. Esqueci dos atos secretos. Sabe-se lá como, ele vinha pela rua. Não, não. Melhor começar direito. Falando a verdade, afinal, eu não estou na história.

A gente pode demorar muito tempo pra se recuperar de um pontapé na bunda. Sério. Levar um fora faz parte da vida. Mas demoramos mais pra nos recuperar do que de qualquer outra coisa que é comum a todo mundo na vida. Fora é que nem gripe, com a exceção de não ser contagioso. Algumas pessoas acreditam no amor. Outras não. E tem outras que vivem sem saber, eu pertenço ao último grupo. Que coisa, eu disse que essa não é minha história e acabei me entregando.

Bom o fato é que levei um fora. Faz tempo. Sério. Coisa de uns 10 meses. É por aí. Um belo dia ela me telefonou e simplesmente não queria mais me ver. Assim, na lata, pelo telefone. Acho que posso falar disso agora, embora ainda não saiba dos motivos que levaram ela a fazer aquilo. O mundo que eu tinha caiu. Ruiu. Desabou. E tudo mais perdeu importância. Tudo. Emprego, escola, meu pai. Sim meu pai, é minha família, mas isso é assunto pra mais adiante.

Queria dizer aqui, publica e ostensivamente que acredito no amor. Mais: que preciso do amor. Não deixo em nenhum momento de ser macho por falar que preciso ser amado. Quem disser que não precisa de alguém na vida, que não precisa de amor ou de alguém que queira saber como foi nosso dia está morto. Morto. Pode encomendar a roupa preta. Eu? Estou vivo, e apesar das cicatrizes latentes que dóem um pouco de vez em quando, sinto que ainda acredito no amor. Acredito e preciso. Certo, você a estaaltura esá achando que sou um cara carente tentando posar de romântico. Quase acertou. Só não estou tentando posar de romântico. Eu sou romântico. Daqueles de recitar poemas e dar flores. Daqueles de esperar três horas na chuva. Ou vinte minutos, como já fiz. Acho que nasci na época errada. Queria ter andado de bonde. Ter usado chapéu panamá. E praticado footing.

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Conheci ela num grupo. Sabe, aqueles grupos de jovens da igreja? Pois é , daqueles que tem gente que toca “eu tenho tanto pra te falar” nuns violões? Então, estes mesmos.

Ela era linda. Era não, é. Mas nem foi pela beleza dela que me afeiçoei. Foi pela simplicidade. Sempre achei mais bonita a mulher simples, aquela que veste jeans e chinelo de dedo e solta o cabelo ao vento. Mulher que a gente acha linda mesmo com a cara amassada de sono e descabelada? Aquelas que não usam maquiagem? Sabe? Pois é. Acho lindas. Todas. Mulher de vestido leve então? E sandalinha? Ah,a sandalinha. Enfim. Continuo a ter que contar uma história que mexe com cicatrizes que ainda hoje dóem e que me fazem ter uma dorzinha no fundo do estômago quando penso nisso.(fato: quando terminei de escrever não doía mais.) Gostei dela e, pena me decepcionei. Isso acontece o tempo todo com todo mundo, então se você não quer se decepcionar com alguém mude-se pra uma ilha deserta. Aliás, ainda existem ilhas desertas?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Desd'aquele dia

Desd'aquele dia, nada me sacia, minha vida tá vazia,

desd'aquele dia parece que foi ontem



Parece que chovia ,um rosto apareceu

(uma heroína)

o rosto era seu,

(seu rosto de menina)

parece que foi ontem



Parece que chovia



Desd'aquele dia, minhas noites são iguais

se não vou á luta, não tenho paz.





Não aguento mais. um dia a mais, um dia a menos, são fatais,

pra quem tem sonhos pequenos,

sonhos tão pequenos que

não têm fim.



Eu só queria saber o que você foi

fazer no meu caminho





Eu não consigo entender,

eu não consigo mais viver sozinho.











Humberto Gessinger

Amor

Todos amam. De alguma forma ,todos que conheço estão envolvidos amorosamente com outros (as) seres humanos.


Estou me sentindo como se todos tivessem sido convidados pra uma festa e eu não.

Aí me vejo como se estivesse espiando do lado de fora, na chuva (brrr!), toda a animação de meus pares.

Me sinto só. E apesar disso ainda acredito que o amor é a única coisa que valha a pena aqui, o único sentido pra esse sonho louco que vivemos.



Bem... você sabe, o que ue quero dizer está além dos outdoors, por mais que eu grite,o silêncio é sempre maior.

Ah,o amor...


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Renata

ah, Renata, Renata....







Morena,olhos cor de mel, garota... cabelos longos, pernas torneadas, uma estrelinha tatuada na nuca, toda boa, e me olhava.



E olhava. E como ela olhava. Estávamos na praia, ela, minha vizinha, ah Renata...(suspiro).





Depois de algumas olhadas e um pouco de conversa, Renata me convidou para entrar em sua casa, sabe.."tomar alguma coisa, com esse calor..."





Claro, claro... (ainda mais estando ela com um minúsculo biquíni... err.. vermelho)







Entramos, sentei no sofá-poltrona da sala enquanto Renata buscava "algo pra gente relaxar".



Enquanto esperava me dei conta do bom gosto na decoração da casa, apesar do extremo mau gosto da parede verde-militar da sala.

E bem, retorna Renata para a sala e percebo que em suas mãos delicadas estão duas taças de vinho, tinto, gelado..

E Renata estava.... como hei de dizer para não envergonhar mais leitores.... estava ela desnuda. A mais bela nudez que já vi. Uma nudez resplandecente,excitante, vibrante eu diria..

Renata me ofereceu uma taça de vinho e sentou-se em meu colo.


Oh! Que maciez, que cheiro de fêmea, céus... que mulher....








E agora? O que acontecerá com nosso herói? Saibam no próximo capítulo de "Renata"

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Une Femme

Paul Verlaine

A vous ces vers, de par la grâce consolante
De vos grands yeux où rit et pleure un rêve doux,
De par votre âme, pure et toute bonne, à vous
Ces vers du fond de ma détresse violente.

C’est qu’hélas! le hideux cauchemar qui me hante
N’a pas de trêve et va furieux, fou, jaloux,
Se multipliant comme un cortège de loups
Et se pendant après mon sort qu’il ensanglante.

Oh! je souffre, je souffre affreusement, si bien
Que le gémissement premier du premier homme
Chassé d’Éden n’est qu’une églogue au prix du mien!

Et les soucis que vous pouvez avoir sont comme
Des hirondelles sur un ciel d’après-midi,
—Chère,—par un beau jour de septembre attiédi.

Online text © 1998-2010 Poetry X. All rights reserved.
From Oeuvres complètes de Paul Verlaine, Vol. 1 | 1902

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Logo, logo

Olá meus caros!

em breve, logo logo, teremos a série:


"Só mais uma história de verão"


Aguardem e verão.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Remaura-te, ou viva

Era madrugada de 31 de dezembro, Pietro estava acordado. Estava sem café já fazia alguns dias, afinal, a maldita cafeteira estragou novamente.
Ele lia, ouvia e via. Lia Jabor [o Arnaldo]. Ouvia Cunha [o Éverton]. E via Casanova [o de Fellini]. Tudo o fazia pensar o que não era, onde não estava, a época a qual não pertencia. Assim como foi todo o ano que se passara, algo havia se perdido em um passado não tão distante, que mesmo ainda sendo o mesmo, já não o era. O mundo colorido, por opção era cinza, e por algo ainda inexplicável, estava preto e branco.
Não, não são as infinitas possibilidades existentes entre essas duas cores [ou não cores] que lhe tingiam a vista, era apenas o vazio e o cheio, o tudo e o nada, o mais escuro preto, e o mais cintilante branco.
E era pior do que a morte.
Subitamente, pois diferente não poderia ser, aconteceu. A Epifania. Pietro, este Pietro, estava acostumado com epifanias, elas faziam parte da sua vida desde sempre. Mas esta, era estranha, tudo pareceu se encaixar, o universo fazia sentido. As linhas, os sons, as imagens, tudo isso fazia um ballet de significados tão presentes e tão distintos que nada estava acima ou abaixo deles.
Foi sensação mais maravilhosa do mundo, sublime, egocêntrica, megalomaniaca, simples e bela.
Foi ao jardim, olhou as estrelas, pensou:
"Que grande merda, já foi tarde sua porcaria de ano. Boa noite estrelas, adorei sua companhia."
E voltou a ler Jabor, ouvir Cunha e ver Casanova, e tudo agora fazia sentido.