sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vida.

Olhos fechados, pontas dos dedos unidas, os indicadores exercendo uma leve pressão entre as sombrancelhas.
A música adentrava seus ouvidos, seu sistema nervoso, fazia sua pele arrepiar.
Emoções fundidas, misturadas com memórias e desejos.
Lágrimas contidas.
Outra música, menos sentimentos, mais lembranças.
Serenidade.
Levantou vagorosamente o rosto, deixando as mãos paradas, os indicadores agora tocando a parte inferior do lábio inferior.
Suspiro.
As mãos fecham-se, a direita sobre a esquerda.
Abre os olhos.
Silêncio.
Recordações.
Música novamente.
Lembrou, de tudo, em um mísero instante, a partícula de tempo no qual a passagem completa de sua vida é capaz de caber.
Uma única lágrima lhe molha o rosto.
Pega a madeira, sente o metal.
Suspiro.
Levanta-se, dirigi-se à saída, vê o céu vermelho.
Epifania.
Caí de joelhos, GRITA
-...
Levanta, corre.
Mãos vazias.
Lágrimas abundantes.
E corre, corre sem olhar, sem parar.
Não sente, não ouve.
Para, olha, respira.
Esboço de sorriso, braços em arco no ar.
Calor, força, troca, turbilhão.
Vida.

1 comentários ébrios:

Menos disse...

Frio, fraqueza, egoísmo, inércia.

Vida é algo tão ambíguo que quando torna-se simples sente fala de seu inverso.