segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Anilina

Hoje, pulamos em círculos. Fugimos da chuva mas pulamos em poças. Respiramos do mesmo céu descolorido em nuvens. Enfim, quando houve uma pausa no dia, no meio do dia, onde a planta corrói a terra e a terra corrói o céu, subimos em nossas mentes e fugimos para lugar nenhum.

Em lugar nenhum, entramos num mercado sem nome. Compramos pães e salgados. Um bolo, também. O café em lugar nenhum tem gosto de tantas coisas que é difícil definir.

No fundo, há um lago, de água plenamente incolor. Veja bem, quando o céu não tem cor, não há cor no lago. Vê-se o fundo. "Bom dia", disseram as pedras arredondadas do fundo.

Vos digo, onde as sementes têm raiz, um leve farelo de folha seca pode mudar a cor de um lago. Ao cair no lago, uma folha inteira seca, abriu-se, então, o lago ao meio. Evaporou no meio do dia. No meio do nada. Lugar nenhum.

Pisamos nas pedras, e encontramo-nos novamente em algum lugar. Chovia.

Nós pulamos em círculos. Pulamos em poças, hoje.

2 comentários ébrios:

Losterh disse...

Olhar e sentir quase nunca estão no mesmo pacote.

E café... Já estou farta de café ruim. E mesmo assim, cá estamos eu e ele. Todo dia.

Marconi disse...

Um vazio tão cheio...

Um dormir tão acordado...

Mais um café...