domingo, 31 de janeiro de 2010

Cenas do Cotidiano #2

Hoje saí decidido, eu ia comprar uns suspensórios. Estava completamente decidido. Até que mudei de idéia, fui pra segunda parte da minha lista mental, e me dirigí ao Porto dos casais.

Fui tranquilo, de metrô, nada excepcional desta vez.
Fui à CCMQ [para mim a tão sagrada Casa de Cultura Mário Quintana], tudo normal, algumas exposições que não entendi muito bem, outras que apreciei muito mais.

Me chamou a atenção ter tantos seguranças por lá, dificilmente eu via algum quando fui das outras vezes. E por causa deles tive um ataque de riso silêncioso.
Fui ao banheiro. O banheiro lá fica meio escondido num corredor que geralmente quase ninguém anda. Estava vazio, tudo ok. Quando lá estava eu, lavando as mãos, e passando uma àgua no rosto, entrou um cara.
Tá, mas o que tem isso? Bem, logo depois que o cara entrou, mais alguém abriu a porta, uma guria.
Bem, faço um parênteses agora, os banheiros ficam num corredor como eu disse, de um lado do corredor tem as janelas do terceiro ou quarto andar, do outro lado os dois banheiros, o feminino e o masculino, um de frente para o outro, pois ficam num vão existente no corredor. Há, neles, uma grande placa quadrada, de uns 20cm +/-, com aqueles bonequinhos de banheiro, escrito masculino e feminino, em azul e vermelho respectivamente, e cada um em sua respectiva porta, como devem imaginar. O primeiro banheiro que se vê vindo do corredor é o feminino, só depois de passar pelo vão se vê o masculino. Sabendo disso, alguém acha que a guria abriu a porta por engano logo que o cara entrou lá? Repetindo, é um lugar geralmente vazio.
Pois bem, agora que na sua cabeça já deve estar passando o mesmo tipo de sacanagem que passou na minha na hora que vi a cena, eu continuo.
Logo que a guria abriu a porta ela me viu, afinal, as pias devem ser o primeiro lugar que se vê quando se abre um banheiro público. Ela disse "Ai, ops..." fechou a porta rindo envergonhadamente [pelo menos a mim pareceu isso]. Olhou pro cara, ele deu uma risada do tipo 'putz, me pegou'.
Posso ter maliciado, mas sinceramente, acho que minhas suposições à respeito do que aconteceria lá caso eu não estivesse no banheiro naquele momento estão corretas.
Enfim, saí de lá rindo, afinal não havia outra coisa a fazer.
Então, voltando pelo corredor [a garota provavelmente entrou no banheiro feminino depois disso, pois não a vi mais] passou um segurança por mim, me olhou sério e falava no seu fone algo pelo que eu pude entender, era que o pessoal que vigia as câmeras de segurança estava achando o mesmo que eu daquela situação.
Passei tranquilo por ele, que continuava me olhando, mas sinceramente, gargalhava muito em silêncio. Pobres amantes, sorte de vocês que eu estava lá para atrapalhar seus planos, ou seria o segurança a fazer isso.

Depois disso sentei numa das passagens entre os dois prédios da CCMQ, e começei a ler o livro que trouxera comigo. Quase choveu, tinha um monte de gente de preto indo, voltando, conversando em roda por lá, aliás, eu estava de preto também, passaram uns estrangeiros [acho eu] falando inglês, terminei meu livro e fui embora.

Agora coisas menos pertinentes:
Acho que a irmão da minha primeira ex está trabalhando no shopping da minha cidade [vi de relance, não tenho certeza].
A maioria das garotas acompanhadas por quem passei nesse dia ficaram me encarando [fiz a barba e arrumei o cabelo, até eu me achei, hum, agradável quando me vi no espelho] com um olhar que dizia 'ooooiii...', vários desses companheiros me olhavam com um 'que tu ta olhando pra ela?', alguns olhavam com um 'se continuar olhando pra ela te quebro os dentes' e outros olhavam para qualquer outro lugar com um 'aiai, ela me ama'. Mas nenhum notou que eu só ficava olhando elas quando elas ficavam me encarando primeiro...
Perdi meu botton da Amélie Poulain.
Tomei refri demais.
Recebi um tchau de uma pequena que eu adoro.
Uma bebê me encarou na volta do metrô [bom sinal, achei que tinha perdido meu charme para com esses seres infantis, minha afilhada geralmente chora quando eu chego perto Oo, acho que tava perturbado demais comigo mesmo e ela sentia isso, na próxima visita eu confirmo, ou talvez ela só me acho estranho].
Encarei algumas garotas distraídas, só para vê-las desviar o rosto e sorrir acanhadamente [algumas me fitavam por algum tempo, mas acabavam fazendo isso também]. Às escolhia por aquele vislumbre de acanhamento do brilho dos seus olhos, tão encantador para mim... Gosto de ver quando ela percebem que alí, naquele momento distraído à alguém as observando com interesse, genuíno, porém inocente, um simples elogio feito com o olhar [Posso estar enganado, mas acho que isso faz bem para o ego de qualquer um].

Acho que está de bom tamanho para esse post, então, nada mais tenho a declarar...

1 comentários ébrios:

Losterh disse...

Devia se enroscar com o cara já que a guria tinha escapulido