terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Maluquices

São meia noite e doze e acabei de fazer a barba. Estranho, convicto, em que mundo vivo? Num mundo onde a rapidez de tudo deixa a gente meio zonzo, talvez ansiando pela liberdade primeva.

Estranho, meu plano hoje é passar a noite em claro e escrever alguma coisa. Talvez eu possa contar uma história. Escrevi duas vezes a palavra estranho em dois parágrafos. Estranho. Tá ,desta vez foi de propósito.

Só quero contar uma breve história e depois podemos todos fechar isto aqui e ir viver. Viver, viver , ah, a mais bela das ironias, a vida é complicada a cada passo, uma grande bagunça. Ou será só a minha vida que é uma grande bagunça? Não sei, eu sou assim, meio gauche na vida, um maior abandonado como cantava Cazuza.

Bueno, a minha história. Quem sou eu não é importante, mas ao longo do que eu for contando eu vou dando umas idéias.Até por que isso não vem ao caso agora.

Falava eu da rapidez do mundo, da impulsividade de tudo e do fato de estar acordado agora tentando achar a melhor maneira de escrever a minha história. Minha pois sou eu que estou escrevendo, não que eu esteja nela. Eu posso estar. Ou não.

Nosso bravo protagonista é só um estudante. Perdido, poderia facilmente não ser reconhecido por você na rua, aquele tipo de cara que a gente quase nem nota. Um jovem (que não sei o nome que se dá á fase entre a adolescência e a vida dita adulta), um cara normal que curte lá seus rocks e deve ter suas manias, que ninguém é normal mesmo. Um estagiário. um estagiário normal, coisa que afinal não é o fim do mundo, afinal há coisa pior que isso. há crianças morrendo de fome na África. E mulheres espancadas na Uniban. E torcedores do Botafogo. Ou seja, há algo pior que ser estagiário. Esqueci dos atos secretos. Sabe-se lá como, ele vinha pela rua. Não, não. Melhor começar direito. Falando a verdade, afinal, eu não estou na história.

A gente pode demorar muito tempo pra se recuperar de um pontapé na bunda. Sério. Levar um fora faz parte da vida. Mas demoramos mais pra nos recuperar do que de qualquer outra coisa que é comum a todo mundo na vida. Fora é que nem gripe, com a exceção de não ser contagioso. Algumas pessoas acreditam no amor. Outras não. E tem outras que vivem sem saber, eu pertenço ao último grupo. Que coisa, eu disse que essa não é minha história e acabei me entregando.

Bom o fato é que levei um fora. Faz tempo. Sério. Coisa de uns 10 meses. É por aí. Um belo dia ela me telefonou e simplesmente não queria mais me ver. Assim, na lata, pelo telefone. Acho que posso falar disso agora, embora ainda não saiba dos motivos que levaram ela a fazer aquilo. O mundo que eu tinha caiu. Ruiu. Desabou. E tudo mais perdeu importância. Tudo. Emprego, escola, meu pai. Sim meu pai, é minha família, mas isso é assunto pra mais adiante.

Queria dizer aqui, publica e ostensivamente que acredito no amor. Mais: que preciso do amor. Não deixo em nenhum momento de ser macho por falar que preciso ser amado. Quem disser que não precisa de alguém na vida, que não precisa de amor ou de alguém que queira saber como foi nosso dia está morto. Morto. Pode encomendar a roupa preta. Eu? Estou vivo, e apesar das cicatrizes latentes que dóem um pouco de vez em quando, sinto que ainda acredito no amor. Acredito e preciso. Certo, você a estaaltura esá achando que sou um cara carente tentando posar de romântico. Quase acertou. Só não estou tentando posar de romântico. Eu sou romântico. Daqueles de recitar poemas e dar flores. Daqueles de esperar três horas na chuva. Ou vinte minutos, como já fiz. Acho que nasci na época errada. Queria ter andado de bonde. Ter usado chapéu panamá. E praticado footing.

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Conheci ela num grupo. Sabe, aqueles grupos de jovens da igreja? Pois é , daqueles que tem gente que toca “eu tenho tanto pra te falar” nuns violões? Então, estes mesmos.

Ela era linda. Era não, é. Mas nem foi pela beleza dela que me afeiçoei. Foi pela simplicidade. Sempre achei mais bonita a mulher simples, aquela que veste jeans e chinelo de dedo e solta o cabelo ao vento. Mulher que a gente acha linda mesmo com a cara amassada de sono e descabelada? Aquelas que não usam maquiagem? Sabe? Pois é. Acho lindas. Todas. Mulher de vestido leve então? E sandalinha? Ah,a sandalinha. Enfim. Continuo a ter que contar uma história que mexe com cicatrizes que ainda hoje dóem e que me fazem ter uma dorzinha no fundo do estômago quando penso nisso.(fato: quando terminei de escrever não doía mais.) Gostei dela e, pena me decepcionei. Isso acontece o tempo todo com todo mundo, então se você não quer se decepcionar com alguém mude-se pra uma ilha deserta. Aliás, ainda existem ilhas desertas?

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