Eu sou um fantasma, meu bem.
O que espera que eu faça além de assombra-la?
Ando com as correntes que me destes, fazendo barulhos desritimados pelos corredores.
Conheci a sua alma em um cruzamento em uma estrada escura. Tu foste uma macumba mal feita. A oferenda que foi maculada.
Eu apenas acendi a vela, o incêndio foi por sua própria conta. A tua alma havia sido avisada, mas nunca me ouviste.
Encontrou o caminho, e me matou. Oh, vagante ingrato. Me acorrentaste aos ponteiros do tempo e beijou minha testa.
Mas o tempo, ah, tu não o conheces como eu. Muito menos possui a mesma intimidade. Ele me libertou do meu corpo, e agora venho, com ranger de dentes, para lhe perturbar.
Eu sou um fantasma, meus caros, e não há nada mais vivo do que eu.
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