Lá estava ele, Pietro, com a puberdade juvenil estampada no rosto, observando o templo ao seu redor. Enfeites, fé, pensamentos direcionados. Preferia ocultar seus pensamentos e opiniões, ainda que pertinentes para poder estar ali, participar de algo. Precisava daquilo, ainda não estava preparado para a verdade, esta que já possuia, e por não saber o que fazer, preferia ignorá-la, preferia ser o que se esperava.
Cá estava ele, Pietro, observando, afastado. O olhar velho e cansado, mas com um certo brilho incandescente à trepidar. Rasgou suas origens, suas bases, e largou-as sobre a brasa flamejante. Despedaçou-se então, despiu-se da hipocrisia, da superstição, do útil, do inútil, da superestima, da subestima, da estima, do sonho, da realidade, da vida e da morte. Caiu, já não restava-lhe como continuar, foi então que algo brilhou, de dentro de si mesmo, então explodiu num único raio de luz.
Ali está ele, Pietro, observando, afastado. Nu para o mundo, novo, renascido. Agora entendia, sobre si e sobre os outros, e além disso, aceitava naturalmente este conhecimento como parte do todo que se tornara. Andou por aí, passou por pessoas alegres, outras felizes, outras contentes, e via a diferença nisso. Andou em silêncio, sendo esse só quebrado quando encontrava no olhar de outrem aquela sombra taciturna, então sorria e dizia:
- Feliz Natal.
1 comentários ébrios:
É, Feliz Natal.
Bah!
É a vida.
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